O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara e outras quatro pessoas viraram réus por cobrança de propina, lavagem de dinheiro e tráfico de influência em transações realizadas pela Copel – companhia estatal de energia do Paraná. As informações foram apuradas pelo site Plural de Curitiba e confirmadas pela reportagem da FOLHA. A denúncia foi protocolada no início do mês pelo Ministério Público do Paraná.
Trata-se da investigação que envolve de suposto crime de cobrança de propina e lavagem de ativos na aquisição de duas empresas do setor eólico, ambas da Galvão Engenharia, a um custo de R$ 196,9 milhões. A denúncia assinada pela Michelle Ribeiro Morrone Fontana aponta que o parlamentar teria recebido da empreiteira cerca de R$ 5,1 milhões facilitar os negócios.
A negociação teria ocorrido entre 2011 e 2014 quando Barros comandava a extinta Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná no governo Beto Richa (PSDB). Entre os réus estão ainda os executivos da Galvão Eduardo Queiroz Galvão e Jean Alberto Luscher de Castro, delatores do esquema, e dois empresários próximos ao político.
Leia mais:
Sede da Câmara de Londrina será entregue dia 10 e vai receber posse, diz presidente
Deputados paranaenses confirmam emendas para o Teatro Municipal de Londrina
Bolsonaro é plano A, posso ser o plano B, diz Eduardo sobre eleição de 2026
Comissão de Constituição e Justiça aprova projeto que transforma Detran em autarquia
Ainda segundo a ação revelada pelo site Plural, o MP apontou ainda que há indícios de que a maior parte da propina recebida pelo parlamentar por ter articulado a venda dos empreendimentos eólicos à Copel tenha sido repassada ilegalmente por executivos da Galvão Engenharia como doação eleitoral, motivo pelo qual as investigações foram conduzidas pela Promotoria de Justiça Eleitoral e tramitam 3ª Zona Eleitoral de Curitiba.
A denúncia ainda apura que Barros teria usado dinheiro de propina para fazer transações imobiliárias em conjunto com a empreiteira em Maringá para lavar ativos. Segundo o MP, foi direcionado R$ 1,2 milhão do dinheiro pago pela Galvão Engenharia, mas em modo oficial, o empreendimento foi encabeçado por uma imobiliária maringaense, mas documentos colhidos durante mandado de busca e apreensão cumprido em setembro do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado revelaram a existência de “acordo de gaveta” que garantiria a Barros cerca de 18,57% dos lucros do negócio.
A assessoria de imprensa do MP e TRE (Tribunal Regional Eleitoral) confirmaram o trâmite do processo, mas não repassaram informações do processo que corre em sigilo.
CONTINUE LENDO: Confira na FOLHA a defesa do deputado Ricardo Barros