O desmantelamento do domínio alvarista, com a intervenção no PSDB estadual, possibilita, em tese, que o partido tucano dê respaldo ao grupo lernerista nas eleições do próximo ano. No entanto, o ex-governador José Richa se apressou em garantir - por meio de nota oficial - que o PSDB paranaense, "não terá nenhum vínculo com o governador Jaime Lerner ou qualquer outro grupo político". No cenário nacional, o grupo de FHC luta para reeditar a aliança PSDB/PFL/PMDB. No Paraná, PSDB e PMDB fazem oposição ao governo.
O ex-governador admite sua interferência nos rumos no PSDB. Na nota, diz que a desvinculação em relação ao atual governo foi a condição que impôs para ajudar a reformular o partido no Estado. Richa está animado com a reestruturação do partido, que deve ter candidato próprio ao governo no próximo ano.
O ex-governador vai convocar antigos integrantes para reestruturar a legenda. O trabalho será dificultado pela proximidade do fim do prazo para novas filiações, que acaba em um mês. Richa não queria o partido, caso o deputado Luiz Carlos Hauly se mantivesse no poder. Seu filho, o vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PTB), esperava o desfecho do caso para entrar no PSDB.
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O pedido de dissolução do diretório estadual partiu do deputado federal Basílio Villani, que defendia o afastamento de Hauly da presidência estadual. O mandato de Hauly terminaria em dezembro. Ele assumiu no final de junho, com a renúncia do senador Alvaro Dias, seu aliado.
O diretório estadual vai brigar primeiro na área administrativa, recorrendo ao próprio partido, e depois na Justiça. Hauly disse que não vai sair do partido, que é "sua casa". A direção estadual está elaborando recurso, que será encaminhado ao diretório nacional. Ele foi convidado para participar da comissão provisória, mas recusou.
Com o intuito de barrar uma possível entrada do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), no partido, ficarão antigos alvaristas: Hélio Duque, Erasmo Garanhão e Haroldo Ferreira.
Quando Alvaro renunciou, Villani que era seu vice, não assumiu. Hauly foi eleito às pressas, com o objetivo de garantir a influência no ninho tucano. Para Alvaro, a dissolução foi "arbitrária e ilegal". Ele disse que o objetivo é prejudicar sua candidatura ao Palácio Iguaçu. O senador argumenta que o processo de dissolução precisaria ter sido votado.