A Câmara Municipal de Londrina absolveu os vereadores Mário Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB), em sessão de julgamento com duração de quase quatro horas neste domingo (16).
Foram 12 votos favoráveis à cassação dos dois vereadores, três votos contrários, três abstenções e uma ausência. Às 13h deste domingo, o presidente da Câmara, Ailton Nantes (PP), leu a decisão que afirma que Rony Alves e Mário Takahashi não cometeram quebra de decoro parlamentar e encerrou a sessão de julgamento em seguida. No final, o presidente da Casa e vereador Péricles Deliberador (PSC) demoram um pouco mais para votar e a decisão ficou parada por alguns segundos com 11 votos pela cassação. Nantes votou a favor e Deliberador se absteve, o que provocou o arquivamento e a revolta de manifestantes nas galerias, que exibiram uma faixa com desenho de pizza e protestaram com gritos de "quadrilha". Para que a cassação fosse realizada, seriam necessários 13 votos.
O único ausente Felipe Prochet (PSD) preferiu não comentar o arquivamento e afirmou que está em viagem por questões familiares. "Foi uma decisão arriscada, mas preferi ficar ao lado da minha família neste momento", afirmou.
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Os vereadores investigados permanecerão afastados judicialmente até janeiro de 2019. Por enquanto, os suplentes Tio Douglas (PTB) e Valdir dos Metalúrgicos (SD) permanecem nos cargos de vereadores até que Rony e Takahashi retornem.
Rony e Takahashi foram acusados de liderarem um esquema de cobrança de propina para aprovação de mudança de zoneamentos na cidade e se tornaram réus na operação ZR3, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Julgamento
A denúncia contra os vereadores começou a ser lida na sessão às 9h58 deste domingo (16). O conteúdo foi baseado na investigação da operação ZR3, deflagrada no início deste ano pelo Gaeco, que apurou o esquema de mudanças de zoneamento em troca de propina. Rony e Takahashi foram afastados de seus cargos e chegaram a ser monitorados por tornozeleira eletrônica, assim como os demais réus investigados na operação.
Por volta das 12h, Rony afirmou que "não existem provas de pagamento de propina" e de que ele era um dos líderes do esquema criminoso. Em seguida, acrescentou que sempre se pautou apenas por assunto de "interesse público". Enquanto Alves falava, manifestantes ficaram de costas para ele.
Meia hora depois, Takahashi disse que não existe nenhum depósito ilícito em sua conta ou mudança de padrão de vida, o que, segundo ele, comprova que não recebeu vantagens. O vereador afirmou que a própria fala de Júnior Zampar aponta que ele não estava envolvido em nenhum esquema de mudança de zoneamento. "Fala de Júnior Zampar foi interpretada de forma equivocada."
(Com informações de Rafael Fantin e Vitor Struck)