O atual primeiro-secretário da Assembléia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PTB), virou motivo de discórdia na montagem de uma chapa de consenso para a disputa da nova mesa executiva. Os aliados do governador Roberto Requião (PMDB) não aceitam a participação de Rossoni, que já foi líder do governo durante mandato do ex-governador Jaime Lerner (PFL).
Rossoni sentiu a pressão e desistiu de concorrer à primeira secretaria contra o deputado estadual Nereu Moura (PMDB). A desistência, entretanto, não diminuiu o mal-estar. A base de sustentação de Requião reuniu-se nesta quinta-feira pela manhã, no gabinete do líder do governo, Angelo Vanhoni (PT), para discutir o problema. Os aliados não querem Rossoni nem como candidato a segundo secretário, cargo que passou a pleitear depois de ter sido forçado a desistir da primeira secretaria.
Há vários vetos ao nome do petebista, sobretudo dos deputados Pedro Ivo (PT) e Antonio Anibelli (PMDB). Ambos têm a mesma base eleitoral de Rossoni e encabeçam a resistência ao adversário, que investe num novo plano. Rossoni teria 19 dos 54 parlamentares, votação suficiente para virar segundo secretário, levando-se em conta que, tradicionalmente, a Casa sempre confiou tal posto à oposição. Angelo Vanhoni tem sinalizado que vai manter a tradição, porém isso não dá garantias a Rossoni. Como se não bastasse a rejeição dos aliados de Requião, o petebista enfrenta problemas dentro da própria oposição. O PFL também está de olho no cargo.
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Diante dos percalços, a reunião dos requianistas desta quinta-feira, marcada para por um fim no impasse, não evoluiu. Vanhoni declarou, como líder do governo e ao final de uma discussão de duas horas a portas fechadas, que a base vai ''conversar'' com o bloco de oposição, insistindo num consenso. ''Temos ainda 15 dias para a eleição, vamos amadurecer as discussões. Nosso norte é fechar uma chapa de consenso'', reafirmou o petista.
De consenso até o momento ficou acertado que o atual presidente da Casa, Hermas Brandão (PSDB), será reconduzido ao cargo. Nereu Moura vai concorrer à primeira secretaria, depois de ter disputado a indicação com Rossoni e com Dobrandino da Silva (PMDB). A primeira vice-presidência está confiada ao PT. O cargo fica ou para Natálio Stica ou para Hermes Fonseca. Luciana Rafagnin, que também estava no páreo, será a nova líder da bancada petista.
O restante da chapa está sendo alinhavado por Brandão. Nesta quinta-feira, logo após a reunião, os aliados de Requião foram almoçar no gabinete da presidência. A eleição está marcada para o início da noite de 1º de fevereiro, logo após a solenidade de posse dos 54 deputados estaduais eleitos para quatro anos de mandato.
*Leia mais sobre o assunto na edição desta sexta-feira da Folha de Londrina