O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse nesta quinta-feira, 5, não considerar que o partido baixou o tom de críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pois em sua visão petistas nunca propuseram o "Fora, Levy". Ele argumenta que, na resolução do diretório nacional, a legenda apenas sustenta a ideia de que são necessárias algumas mudanças na política econômica.
Em uma entrevista em 18 de outubro ao jornal Folha de S.Paulo, Falcão disse que a retomada do crescimento do País dependia de mudanças no rumo da política econômica e que Levy deveria deixar o cargo se não concordasse com isso.
Após o ex-presidente Lula ter feito um discurso voltando atrás nas críticas a Levy, no último dia 29, no entanto, porta-vozes do partido deram uma trégua no bombardeio contra o ministro. "Tem gente que fala 'Fora, Levy' com a mesma facilidade que gritava 'Fora, FMI', e não é a mesma coisa. O programa de ajuste já estava feito antes do Levy", disse Lula no discurso em reunião do diretório nacional do PT, em Brasília.
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Falcão diz que o partido continua a sustentar a necessidade de mudanças, mas defendeu que há medidas que precisam ser aprovadas, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU); a recriação da CPMF e o projeto de lei da repatriação e regularização de ativos brasileiros enviados e mantidos ilegalmente no exterior - três pontos considerados fundamentais no plano de ajuste fiscal coordenado por Joaquim Levy.
Sobre a repatriação, que não foi votada ontem, em uma segunda derrota do governo em tentar passar a proposta, Falcão disse estar confiante de que vai ser aprovada na semana que vem. "A repatriação foi um acordo, eu falei com o (José) Guimarães (líder no governo na Câmara). Para ter uma votação mais tranquila, deixaram para semana que vem."
Cunha
O presidente do PT evitou falar sobre o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa. Ele repetiu que o PT esperará o relatório a ser apresentado por Fausto Pinato (PRB-SP) para que os três integrantes e dois suplentes do partido no conselho tomem então uma posição unitária. "Não vamos antecipar nosso posicionamento, já disse isso. Quando for a hora, vamos nos posicionar de forma unitária. E quem tem acordo com ele é a oposição", reforçou.