Política

Senador Cid Gomes é baleado ao avançar contra PMs amotinados no Ceará

20 fev 2020 às 09:55

O senador Cid Gomes (PDT-CE),56, foi baleado na tarde desta quarta-feira (19), em Sobral (a 270 km de Fortaleza), ao avançar com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel tomado por policiais militares que fazem motim por reajuste salarial.

Segundo o ex-governador do Ceará e ex-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), irmão de Cid, o senador levou dois tiros, mas não corre risco de morte. O Hospital do Coração da cidade, onde o senador foi internado, disse que Cid foi vítima de ferimento por arma de fogo em região torácica. Afirmou ainda que ele apresentava boa evolução clínica, estando "lúcido e respirando sem auxílio de aparelhos".


Cid Gomes, que está licenciado do Senado desde dezembro para atuar nas eleições municipais no Ceará, dirigia a retroescavadeira e tentou investir contra o portão do batalhão tomado por PMs. O trator foi alvejado e teve os vidros estilhaçados.


Sobral é a base eleitoral de Ciro Gomes e Cid, que apoiam o governador Camilo Santana (PT) e, nacionalmente, fazem oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Cid foi governador do estado em momento semelhante de crise com a PM, em 2012. Pelas redes sociais, Camilo Santana classificou como "inaceitável" o que chamou de "extrema violência" praticada "por um grupo de policiais mascarados, amotinados num quartel". O governador petista informou que pediu reforços ao governo federal.


Folhapress


​Após ser baleado, o senador foi retirado por pessoas que o acompanhavam, consciente e andando, e levado ao Hospital do Coração de Sobral.
Ele foi transferido à Santa Casa de Misericórdia da cidade, onde passou por tomografia. O exame não constatou alterações neurológicas ou cardíacas, e o senador retornou ao Hospital do Coração, onde permanece internado até alta médica.


No início da tarde de quarta (19), Cid Gomes avisou por meio de rede social que chegaria em Sobral para tentar negociar o fim do motim dos policiais militares. Antes de levar os tiros, o senador se dirigiu até o portão de entrada do batalhão tomado pelos PMs. Com um megafone, deu cinco minutos para que eles saíssem do local. Depois de dar o ultimato, alguns manifestantes se aproximaram do portão gritando que ele não tinha autoridade para determinar a retirada e uma confusão começou.

Desde a noite de terça-feira (18), policiais militares estão em motim contra a proposta de reestruturação salarial feita pelo governo Camilo Santana.


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