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Servidores da Justiça ameaçam greve de fome

Emerson Cervi - Folha do Paraná
04 jun 2001 às 10:49

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Os servidores estaduais da Justiça realizam hoje uma assembléia para definir formas de manifestação nos próximos dias. Depois da assembléia será divulgada uma carta aberta à população. Existe a possibilidade de iniciar uma greve de fome ou paralisação de alerta.

O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Paraná (Sindijus) aguarda há quase um ano o julgamento de um mandado de segurança para concessão de reajuste imediato de 30% nos salários de todos os servidores da Justiça. Segundo a coordenadora geral do Sindijus, Rosely Colussi, falta bom senso no judiciário paranaense.

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Na sexta-feira, dia 1º de junho, o órgão especial do Tribunal de Justiça deveria ter julgado o mandado de segurança, mas a desembargadora Regina Portes pediu vistas do processo, o que impediu a votação. "Todos os desembargadores conhecem o mérito da ação, que já tramita há um ano, e nós tínhamos enviado a todos eles memorandos", explica.

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O temor da coordenadora do Sindijus é que, com o atraso, o mandado de segurança seja votado apenas em agosto. A próxima reunião aberta do órgão especial do TJ seria no dia 15 de junho. Mas dia 14 é feriado e a administração do Tribunal pode suspender a sessão.


Em sinal de repúdio ao novo adiamento, cerca de 100 servidores que acompanhavam a sessão do órgão especial ficaram de costas para os desembargadores. "É muito estranho que a desembargadora Regina Portes diga que não tem conhecimento do caso, pois frequentemente entregamos dossiês sobre o caso a todos os desembargadores", explica. "Já temos até decisões do Supremo Tribunal de Justiça, que analisou o processo que trata do reajuste de 50,03% e confirmou o direito da categoria."

Para a coordenadora do Sindijus, o Tribunal de Justiça está tentando protelar o pagamento do que é devido aos servidores. Em abril do ano passado os funcionários do judiciário fizeram uma paralisação e alguns entraram em greve de fome. Depois disso, o governo do Estado concordou em conceder 30% de aumento em acordos individuais. Hoje, dos 5,2 mil servidores do judiciário, 3,5 mil já fizeram o acordo. O Sindijus está tentando provar que a medida é ilegal, ampliar o reajuste de 30% a toda a categoria e conseguir chegar aos 50,03% de aumento.


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