Cerca de quarenta servidores da saúde do Estado fizeram ontem um protesto inusitado contra a falta de reposição salarial da categoria. Eles levaram até o Palácio Iguaçu uma cesta básica e um cartão de Natal para o governador Jaime Lerner (PFL). O governador, entretanto, está em viagem ao exterior e volta somente no dia 18 de dezembro. Lerner está na Holanda e faz uma escala em Paris a descanso.
A diretora do Sindicato dos Servidores e Trabalhadores na Saúde do Paraná (Sindisaúde), Dôri Tucunduva, disse que foi um "ato simbólico" para mostrar as dificuldades dos servidores. "Desejamos ao governador um Feliz Natal, mesmo sabendo que nós não teremos um bom final do ano. Será mais um ano sem dinheiro", reclamou Dôri.
Segundo ela, a perda do poder aquisitivo dos servidores chega a 47,9%, desde que Lerner assumiu o governo em janeiro de 1995, no primeiro mandato. A diretora do sindicato descartou a possibilidade de uma paralisação para reivindicar a reposição. "Por isso não veio muito gente hoje (ontem). É dia de trabalho". São cerca de onze mil servidores de saúde em todo o estado.
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Dôri disse que a entidade elaborou uma emenda, para ser entregue na Assembléia Legislativa, propondo uma forma de reposição. "Sabemos que o governo tem uma folga de 3% que ainda pode gastar com a folha de pagamento, e queremos negociar, se não o reajuste todo, pelo menos uma parcela", explicou Dôri. Os servidores foram ontem à Assembléia, para apresentar a idéia à bancada de oposição.
Mas dados fornecidos ontem pelo Palácio Iguaçu tentam mostrar que o Executivo não tem folga financeira em relação à folha de pagamento, o que reforça a tese de que o protesto dos servidores não surtirá efeitos práticos. Segundo o governo, o Paraná gasta hoje 66% com o funcionalismo. Como pela Lei de Responsabilidade Fiscal os governos estaduais não podem gastar mais que 60% com a folha de pagamento, teoricamente será preciso se adequar ao teto.