A Justiça suspendeu a sessão da CMC (Câmara Municipal de Curitiba) que votaria nesta quinta-feira (19) a cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT), acusado de invadir uma igreja durante manifestação contra o racismo, em fevereiro deste ano. A liminar foi concedida pela juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonse, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Freitas alega ter entrado na igreja após a realização da missa e que não houve invasão.
A juíza determinou que a Câmara aguarde a conclusão da sindicância que apura o envio de um e-mail com mensagens racistas para Freitas, no dia 9 deste mês. Segundo Freitas, a mensagem foi enviada do e-mail funcional do relator do caso no Conselho de Ética, o vereador Sidnei Toaldo (Patriota). Toaldo, que nega a acusação, recomendou a cassação do mandato do petista e foi seguido por quatro integrantes do Conselho (um voto foi pelo arquivamento e outro pela suspensão do mandato).
Segundo a assessoria de Freitas, o e-mail chama o parlamentar de "negrinho" e diz que outros vereadores negros de Curitiba terão seus mandatos cassados. "A câmara de vereadores de Curitiba não é o seu lugar, Renato. Volta para a senzala. E depois de você vamos dar um jeito de cassar a Carol Dartora e o Herivelto. Vamos branquear Curitiba e a região Sul, queira você ou não. Seu negrinho", diz a mensagem.
Leia mais:
PF vai investigar permanência de Bolsonaro na embaixada da Hungria após operação
Bolsonaro se escondeu na embaixada da Hungria após ter passaporte apreendido, diz NYT
Mandantes de assassinato de Marielle prometeram lotes para executor do crime
Turma do STF forma maioria para manter prisão de suspeitos de mandar matar Marielle
Em seu despacho, Patrícia Bergonse ressaltou que o e-mail pode apontar "parcialidade e interesse do Relator, além de conter injúrias raciais, circunstâncias que se vierem a ser apuradas verdadeiras, poderão levar ao afastamento do Relator e nulidade procedimental". Em nota, a Câmara informou que pretende recorrer da decisão. "A CMC irá discutir a suspensão da sessão de julgamento junto ao Tribunal de Justiça do Paraná".
Continue lendo na Folha de Londrina.