O advogado Zaqueu Berbel (PRP) assumiu na sessão desta quinta-feira (29) da Câmara Municipal de Londrina, o cargo de vereador do parlamentar preso e afastado, Rodrigo Gouvêa (PRP). Ele é o primeiro suplente do PRP e nas últimas eleições recebeu 1.717 votos, 16 a menos que Gouvêa, que foi eleito.
O que chamou mais atenção na posse de Berbel foi o primeiro discurso feito por ele em plenário, que atacou diretamente o próprio Gouvêa e a Câmara Municipal. Na declaração, Berbel afirmou que o parlamentar preso desdenhou do Ministério Público e que "muitas denúncias contra os políticos feitas no legislativo foram escondidas embaixo do tapete".
"Rodrigo [Gouvêa] nada fez. Pelo contrário, desdenhou do Ministério Público, culminando na sua prisão. Não fosse o zeloso MP mais uma denúncia teria sido esquecida, teria sido jogada debaixo do tapete. O povo está cansado de ver denúncias contra políticos serem jogadas e enfiadas debaixo do tapete. O povo não aguenta mais. O poder judiciário, após analisar as provas apresentadas no processo e as alegações de Gouvêa, achou por bem afastá-lo do cargo".
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A acusação de Berbel deixou alguns vereadores presentes irritados. De acordo com Joel Garcia (PDT), em entrevista à rádio CBN, o discurso do parlamentar afeta diretamente a Câmara Municipal. Ele afirmou ainda que não existe "tapeteiro" no legislativo e que os trabalhos feitos pelos vereadores são muito importantes para a cidade.
"Eu vi com pouca consistência, é um discurso imaturo, onde diz respeito à Câmara. Nós fizemos o trabalho da CEI. Mostramos para ele que temos mais de 100 projetos em tramitação, 30 aprovados. Fizemos parecer em mais de 300 projetos, fizemos pedidos de informações, trabalhamos conjuntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil. A Câmara de Vereadores tem trabalhado sim. Ninguém é tapeteiro aqui, ninguém está enfiando nada debaixo do tapete".
Outro parlamentar que não gostou do discurso de Zaqueu Berbel foi o vereador Tito Valle (PMDB). À rádio CBN, ele justificou as acusações do vereador dizendo que ele é novo no legislativo e que precisa se informar dos trabalhos feitos na Casa.
"[O discurso] foi num tom um pouco ácido, mas talvez seja pelo noviciado. Apesar de ser uma pessoa da terceira idade, talvez ainda não conheça bem os trabalhos da Casa e não conheça bem o que faz o vereador".
Zaqueu Berbel rebateu a acusação dos vereadores dizendo que quem se sentiu incomodado deve ter feito alguma coisa. O vereador ressaltou que não retira nada do que disse no discurso e de que a Câmara precisa de um vereador que fale realmente o que o povo quer ouvir.
"A sociedade clama por alguém que fale em nome dela, e eu falei o que ela - a socidade - que ouvir e quer que seja feito. Os fatos que ocorreram aqui, se a carapuça serviu para alguém, que vista". (informações da rádio CBN)