O presidente da Câmara Municipal de Londrina, Mario Takahashi (PV), ratificou a ação do policial civil que sacou uma arma nas dependências do Legislativo nesta quinta-feira (6), durante tumulto que ocorreu após a aprovação de Comissão Processante (CP) contra o vereador Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta. O ato ocorreu quando manifestantes tentaram agredir Regina Amâncio, autora da representação que culminou na CP.
O vídeo de Takahashi foi publicado pouco antes da 0h desta sexta (7) no Facebook. Nele, o vereador afirma que as imagens do circuito interno da Câmara mostram que o policial civil "agiu dentro de todas as suas prerrogativas". De acordo com ele, as gravações internas mostram os momentos que antecederam e os que sucederam o saque da arma e descreve as imagens.
"No momento que antecede a isso [saque], os vigilantes da Câmara tiram uma senhora que estava na iminência de ser agredida aqui na Casa e a tiram do plenário. Os manifestantes estavam tentando impedir que isso acontecesse e o policial civil, de pronto, entrou e interferiu, empurrou os manifestantes e teve de fazer o uso da sua arma em punho para [evitar] que o pior pudesse acontecer. E, ato seguinte, o que não está mostrado, também [nos vídeos divulgados na internet], o mesmo policial agindo dentro das prerrogativas legais, impediu uma invasão na parte de baixo da CML por alguns manifestantes", relata Takahashi. O presidente ainda diz que a ação do agente impediu "coisa pior", como o linchamento de Regina ou a depredação do prédio da CML.
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O presidente afirma que, como previa um grande público de manifestantes para a abertura da CP, o Legislativo tomou as medidas para aumentar a segurança, oficiando as polícias Civil e Militar, que manteve rondas próximas à Câmara. Além disso, a equipe de vigilância foi reforçada de seis para 14 agentes – o serviço é terceirizado.
À Folha de Londrina, o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, Osmir Ferreira Neves, disse que as circunstâncias em que o policial civil efetuou o saque serão investigadas, "desde a possibilidade de agressão contra ele e também o uso da arma".
Apuração na Câmara
Boca Aberta será investigado pela CP formada por Jamil Janene (PP) na presidência, Rony Alves (PTB) na relatoria e Felipe Prochet (PSD) como membro. Tanto Janene quanto Alves têm desentendimentos pessoais e jurídicos com Boca Aberta. A comissão terá 90 dias para ouvir testemunhas, analisar provas e entregar um relatório que será votado em plenário.
Boca Aberta é acusado de ato incompatível com o cargo ao fazer uma vaquinha virtual para pagar uma multa eleitoral de R$ 8 mil – nos pedidos de doação, ele diz que foi multado ao defender os direitos do povo, segundo a denúncia.
Após a votação, Boca Aberta se manifestou a respeito da abertura da CP. Disse que se tratava de um "complô", de um "golpe". Veja no vídeo abaixo.