A venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel) parece cada vez mais improvável de acontecer ainda este ano, como havia programado o governador Jaime Lerner (PFL). A privatização pode acabar nas mãos do próximo governador, seja ele do grupo lernerista ou da oposição - que está contra a venda.
O primeiro escalão do Palácio Iguaçu já admite a possibilidade de a privatização ficar mesmo para 2002 ou até para a próxima administração, mas ainda há descompasso no discurso oficial. Nesta segunda-feira, Jaime Lerner não desmentiu nem confirmou a tese de que a venda não será concretizada em sua gestão. O governo tentou vender a empresa duas vezes, mas fracassou.
Lerner se reserva o direito de decidir sobre a venda. "O governo é que vai conduzir (a privatização), na hora que for conveniente para o povo do Paraná. E ponto final", resumiu o governador.
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O secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, e o secretário da Comunicação Social, Rafael Greca, já admitiram que a privatização deve ficar para o ano que vem. Guerra disse que o próximo governador eleito terá que se encarregar da venda ou mexer nas regras para o setor energético. O chefe da Casa Civil alega que a Copel não se manterá no mercado como estatal, porque vai perder competitividade.
Greca declarou que o governo pode desistir da venda. O recuo seria motivado, de acordo com o secretário, pelo cenário econômico internacional desfavorável, entre outros fatores. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB), tem a mesma opinião. "Faz tempo que eu digo que essa venda não sai", declarou.