Os vereadores da Câmara Municipal de Londrina podem abrir uma Comissão Processante (CP) contra o prefeito José Joaquim Ribeiro (PSC), que confessou recebimento de R$ 150 mil em propina. O Ministério Público denunciou 14 envolvidos com o esquema que fraudava licitações para fornecimento de uniformes escolares em Londrina. Entre os indiciados, estão o atual chefe do Executivo e o ex-prefeito Barbosa Neto (PDT).
O vereador Joel Garcia (PP) revelou que a CP pode ser aberta contra Ribeiro por quebra de decoro, sem a necessidade de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI). Ele informou que os 19 vereadores devem assinar o pedido de abertura da CP. "Eu vou fazer um apelo ao Ribeiro. Peça para sair, se não a Câmara vai cassar o seu mandato, pois estamos protocolando o pedido de abertura de CP por quebra de decoro do prefeito", disparou Garcia em discurso no plenário.
A sessão de hoje foi suspensa por 60 minutos e por volta das 15h, uma comissão de vereadores foi ao gabinete do prefeito para cobrar uma posição do líder do Executivo. Os parlamentares, acompanhados do procurador da Casa, Miguel Aranega Garcia, foram até a prefeitura para saber se Ribeiro pretende ou não renunciar. A comissão foi formada pelos vereadores Rony Alves, Ivo de Bassi, Joel Garcia e Padre Roque.
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No entanto, eles foram informados que o prefeito não estava no gabinete e se encontrava em casa, muito abalado com os últimos acontecimentos.
Denúncia protocolada
O vereador Joel Garcia protocolou o requerimento no final da tarde, pedindo a abertura da Comissão Processante (CP) contra o prefeito Ribeiro. No documento ainda foi anexado cópia do depoimento do prefeito ao Gaeco, prestado na última segunda-feira (3), quando ele relatou com detalhes que recebeu a propina.
"Dispõe constituir infração político administrativa do prefeito, proceder de modo incompatível com a dignidade e decoro do cargo", apontou o vereador ao ler o requerimento.
A Presidência da Casa recebeu a denúncia e encaminhou para a Procuradoria Jurídica da Câmara, que deve avaliar o requerimento. Após o parecer da assessoria jurídica, o pedido de abertura da CP retorna ao plenário para votação dos vereadores.
Se for aberta, a Comissão Processante pode culminar na cassação do prefeito Ribeiro.
(Atualizado às 17h40)