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Denúncia

Bosque de Londrina vira refúgio de moradores de rua

Adriana Ito e Fernanda Borges
31 dez 1969 às 21:33
Policiais do Choque estiveram no local revistando e retirando os moradores - Evandro Monteiro/Folha
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Na manhã de quinta-feira (13), cerca de dez pessoas alojavam-se sob um quiosque no Bosque que fica na área central de Londrina (PR). Recentemente, logo depois de a área ser isolada por alambrados pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), a Folha denunciou que alguns jovens tinham feito um buraco nessa cerca e estariam usando o local para consumir drogas. A denúncia partiu de aposentados que antigamente usavam o local para jogar cartas. Na tarde de quinta policiais militares do Batalhão de Choque estiveram no local revistando e retirando o grupo, que conta com mulheres e adolescentes. Nenhum tipo de arma ou droga foi encontrada.

O grupo ficava na parte isolada do Bosque. Um outro jovem dormia em um canto da quadra esportiva, próximo ao parque infantil. "Na quarta-feira vieram quatro policiais e tiraram eles daí. Mas pouco tempo depois eles voltaram’, comentou uma jovem que trabalha próximo ao local. Segundo ela, o fluxo de jovens entrando e saindo é constante.

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"Já fui ameaçado de morte por eles uma vez, ao estacionar o carro’, revelou um morador das redondezas. Segundo ele, durante a noite esses jovens estariam furtando veículos e assaltando motoristas. Ele observou que as luzes do parque foram ‘apagadas’ pelos jovens. ‘Já procurei a CMTU e a Polícia, eles ficaram de dar um retorno e até agora nada’, reclamou.

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A reportagem conversou com um dos membros do grupo, um homem de 35 anos que preferiu não se identificar. Ele disse que vive na rua há alguns anos e tem como renda o dinheiro que arrecada atuando como ‘flanelinha’. ‘A gente não rouba ninguém’, disse. Após ser revistado, o grupo foi retirado pelos policiais. Havia muita sujeira no local, revelando a falta de cuidados com a área, localizada no coração da cidade.

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Manutenção


O diretor da CMTU, Mauro Yamamoto, disse que as cercas serão consertadas e a Sema deve providenciar a limpeza do local. ‘Conversei com o secretário hoje porque essa responsabilidade é da Sema. A Secretaria de Obras também vai retirar aqueles espaços cobertos e as mesas para evitar que sejam usados pelos moradores de rua. Quanto à segurança do local, isso deve ser feito pela polícia e não pela CMTU’, enfatizou.

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O relações públicas do 5º Batalhão da Polícia Militar, tenente Ricardo Eguedis, afirmou que a polícia tem feito patrulhamento no local, porém o problema social deve ser combatido pelos órgãos públicos competentes. ‘Criminalmente, os que foram abordados nem têm como ser detidos. São cidadãos comuns, não estavam com drogas, armas, nada. Já acionei a equipe do Centro para reforçar o policiamento naquela região, mas se o problema dos moradores de rua não for resolvido eles continuarão por ali. Enquanto isso, qualquer pessoa que ver alguém cometendo um crime no local pode nos acionar.’


Motivos


Segundo Sandra Coelho, gerente de média complexidade da Secretaria de Assistência Social, são vários os fatores que levam alguém a se tornar morador de rua, como a pobreza, o envolvimento com álcool e drogas, dificuldades nas relações familiares e até a saúde mental - e tudo isso resulta na perda de vínculos com a sociedade. ''Todos esses fatores dificultam o processo de recuperação do projeto de vida. E nós, através do programa Sinal Verde, trabalhamos para que a pessoa passe a desejar buscar outra opção de vida'', explica Sandra, lembrando que o trabalho do Sinal Verde não é coercitivo nem punitivo. Ela acrescenta que, dependendo da intensidade desses fatores e do tempo vivido nas ruas, a reinserção social é ainda mais difícil. Por isso, para tirar alguém de um mocó, geralmente é necessário um paciente trabalho de reestabelecimento de vínculos.

O Sinal Verde vem investindo principalmente em um trabalho preventivo, com abordagens solicitadas pela comunidade ou programadas, em áreas já conhecidas. Mas o trabalho preventivo jamais terá fim se não vier aliado a políticas públicas de inclusão, evitando que as pessoas saiam de casa para ir para as ruas. Segundo Sandra, são atendidos em média quatro novos casos por dia, a maioria proveniente de outros Estados e até de países vizinhos.


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