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"O Bom Pastor" mostra os labirintos da CIA, segundo De Niro

Carlos Eduardo Lourenço Jorge - Folha de Londrina
17 mar 2007 às 10:57
- Divulgação
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Fãs de carteirinha das alucinantes peripécias jamesbondianas previnam-se: o drama de espionagem que reza somente pela cartilha clássica de autores literários do gênero - e seus correspondentes cinematográficos - como John Le Carré e Graham Greene, mestres na armação de intrigas políticas e da tensão genuína.

Nada de vilões de caricatura, ou de engenhocas explodindo a cada cinco minutos. As referencias mais próximas aqui atendem pelos títulos de ''O Alfaiate do Panamá'' e ''O Americano Tranquilo''.

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''O Bom Pastor'', segundo filme dirigido por Robert De Niro, é quebra-cabeças que transita pelos intrincados labirintos da Agencia Central de Inteligência, a popular CIA. A compacta trama tecida com excesso de minúcias pelo roteirista Eric Roth (''Forrest Gump'', ''O Informante''), que se baseou em muitos elementos reais (mas não em todos), é centrada no personagem Edward Wilson. Ele jamais existiu, mas é a partir dele que De Niro retrata, desnuda e julga o mais controvertido segmento de afirmação do poder dos Estados Unidos ao redor do mundo.

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Wilson, interpretado com extremo zelo e gélida determinação por Matt Damon, aparece em vários momentos de sua vida. Primeiro, na década de 1940, ao tempo em que criou a CIA a partir das cinzas do temido OSS (Office of Strategics Services), surgido durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, em 1961, antes, durante e depois da frustrada tentativa de invasão de Cuba, o episódio da Baía dos Porcos.

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Entre aquele início e o desastre cubano, o filme trabalha o que se pode chamar de flashbacks da paranóia, no próprio ninho das víboras. A narrativa se detém na busca de uma atmosfera genuinamente inquietante, nas motivações escusas, em encontros sinistros em ruas escuras, na permanente insegurança, no fortalecimento dos delírios persecutórios, nas intrigas, nas desconfianças. Enfim, uma radiografia bastante detalhista daqueles tempos de Guerra Fria, quando se plasmou a certeza de que um espião nunca está a salvo e que não deve confiar em ninguém. Às vezes nem si mesmo, ou a quintessência da auto-vigilância.


''O Bom Pastor'' é também uma espécie de saga, já que acompanha Wilson por 35 anos, desde quando era privilegiado estudante em Yale, onde se firmam as linhas de seu comportamento discreto e ao mesmo tempo valente.


Com mente aguda, reputação sem manchas e sincera fé nos valores do país, ele naturalmente se candidata a uma brilhante carreira de espião. Como fundador da CIA, seu trabalho será tão minucioso e tão abnegado que a vida privada - mulher e filho - ficarão em segundo plano. Moral e sacrifício, as prioridades absolutas.

Ao trabalhar detidamente os complexos conflitos entre indivíduos para quem o conceito de bem e de mal é obstáculo irrelevante para a consecução dos planos, De Niro carrega na lentidão e acaba por entregar ao espectador um filme arrastado em boa parte de suas duas horas e quarenta e cinco minutos. Perde-se com frequência o sentido de unicidade do relato e o principal foco do tema, isto é, de que maneira a ingerência dos EUA no mundo pode alterar a todo momento a linha de confiabilidade no tabuleiro de xadrez da geopolítica.


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