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Série sobre hispânicos nos EUA ganha novo significado na era Trump

Agência France Presse
24 jan 2017 às 09:32
- Reprodução/YouTube
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A nova sitcom do Netflix, "One day at a time" (um dia de cada vez), põe em cena uma família cubano-americana e aborda temas como a imigração, o sexismo e o racismo, um coquetel explosivo no atual clima social e político dos Estados Unidos.

Todas as cenas da primeira temporada desta série cômica, disponibilizada on-line desde o início de janeiro na plataforma de vídeo em streaming, foram filmadas meses antes da eleição de Donald Trump, mas algumas delas adquirem agora um novo significado.

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Um episódio, por exemplo, gira em torno da imigração clandestina nos Estados Unidos e da deportação de imigrantes sem documentos, uma prioridade para o novo presidente.
Durante uma discussão animada da série, os tolerantes se opõem aos legalistas, entre eles um jovem branco conservador e uma imigrante cubana septuagenária.

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"Não os expulsaram para seu país, os mandaram para outro lugar", explica a heroína Penélope, uma mãe quarentona que está se divorciando, sobre um casal de imigrantes que é trasladado pelas autoridades até a fronteira mexicana, para ressaltar a complexidade da situação dos clandestinos que às vezes moram nos Estados Unidos há décadas.

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"Já tínhamos terminado o roteiro" quando Trump fez da imigração ilegal um dos temas principais da sua campanha, "mas tocamos no assunto", explicou a americana de origem cubana Gloria Calderon Kellett, corroteirista e codiretora de "One day at a time".


Apesar de tudo, "acredito que será pertinente, mais pertinente do que poderíamos imaginar", disse no final de outubro em uma mesa redonda com jornalistas em Nova York, duas semanas antes da eleição presidencial.

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Rotulados


"One day at a time" é uma nova versão de uma famosa série americana com o mesmo nome transmitida entre 1975 e 1984. O fio condutor é a personagem de uma mãe solteira com dois filhos para cuidar.

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Mas a família branca de Indianápolis da série antiga se transformou em uma família hispânica de Los Angeles, com uma terceira geração representada pela avó, que chegou de Cuba quando era jovem, em 1962. A famosa atriz porto-riquenha Rita Moreno interpreta este papel.
Para Gloria Calderon Kellett, que se inspirou na sua própria história para escrever a série, era o momento de abrir o horizonte para personagens hispânicos na televisão.


"Sempre somos rotulados", lamentou Justina Machado, atriz americana de pais porto-riquenhos e avó cubana que interpreta Penélope. "A garota sexy e apaixonada, o melhor amigo engraçado ou o policial durão. É como se não houvesse nada mais".

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"O que eu gosto na Penélope é que ela tem múltiplas faces", acrescentou. "One day at a time" se enquadra em uma nova tendência, mas não é pioneira.


Nos últimos anos, "Jane The Virgin" também colocou em cena três gerações de hispânicos, "East Los High" mostrou adolescentes latinos de Los Angeles, e os dois protagonistas da série do Netflix "The Get Down", sobre o nascimento do hip hop, têm origens na América Latina.
Além de abordar a imigração, "One day at a time" evoca também o racismo cotidiano, simbolizado pelas reflexões tortuosas de personagens brancos que mostram até que ponto os estereótipos estão enraizados na sociedade americana.


Penélope enfrenta também o sexismo no seu trabalho de enfermeira, assim como enfrentava quando era soldado no Afeganistão - outro elemento importante da história.
Gloria Calderon Kellett disse que queria lembrar que muitos hispânicos se juntaram às forças armadas para se beneficiar do G.I. Bill, que ajuda a financiar os estudos universitários de soldados.

Os roteiristas usam também esse viés da trama para abordar o tema do estresse pós-traumático, um assunto difícil de se tratar em uma sitcom.
E não fogem de outros como a depressão, a velhice ou a crise da fé. "Mas sem te amolar", ressaltou Justina Machado. "Detesto isso".


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