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A Grande Caçada Aos Tubarões - Hunter S. Thmpson

02 mar 2005 às 11:00
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"Como seu advogado, aconselho que você exploda a porra dos seus miolos."

Será que eu li isso ou imaginei? Sei lá. Sei que o Thompson pulou fora.

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Informação pra quem precisa de informação:
Hunter S. Thompson, o criador do jornalismo Gonzo, também conhecido como Raoul Duke ou Doutor Gonzo, era doutor em jornalismo (segundo ele mesmo).

Leia mais:

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Mãos de Cavalo - Daniel Galera

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Dois Irmãos - Milton Hatoum

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Memória de Minhas Putas Tristes - Gabriel García Márquez

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O Fotógrafo - Cristovão Tezza


Mais informação pra quem precisa de mais informação:
Jornalismo Gonzo: Uma radicalização do Jornalismo Literário. Consiste no envolvimento profundo e pessoal do autor no processo da elaboração da matéria. Não se procura um personagem para a história; o autor é o próprio personagem. Tudo que for narrado é a partir da visão do jornalista. Irreverência, sarcasmo, exageros e opinião também são características do jornalismo Gonzo. Na verdade, a principal questão dessa vertente é escancarar a questão da impossível isenção jornalística tanto cobrada, elogiada e sonhada.

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O fato: Hunter Thompson era um porra-louca que trabalhava com jornalismo. Em determinada ocasião, não conseguiu terminar uma reportagem a tempo pra revista Rolling Stone, rasgou as páginas do seu caderno de anotações, numerou e enviou as ditas pra serem publicadas.


Em lugar de perder o emprego (coisa que esperava), Thompson concebeu o Jornalismo Gonzo – filho de uma tragadela com um escorregão.

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Daí pra frente, só alegria: exageros, calotes, ironia, ataques com spray de pimenta, viagens alucinadas, bebedeiras descontroladas, inúmeros psicotrópicos, armas de fogo, textos, sarcasmo, etc.


Só que o cara cansou. Se mudou pra longe da confusão urbana e escrevia artigos sobre futebol americano pra ESPN da sua casa em Woody Creek, no Colorado.

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Até que o cara desistiu de tudo. Suicídio com arma de fogo aos 67 anos - e não uma overdose, como previram muitos.


Se olharmos dali (jornalismo), Thompson escancarou a questão da isenção jornalística diante do fato e relevância. Se olharmos de lá (literatura) teremos uma autobiografia em constante produção com cacoetes jornalísticos, retrato de uma época e grandes descrições.

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Se olharmos de cá (leitor), temos um texto divertido de ser consumido, reportagens sobre objetos insólitos - como um campeonato de pesca - transformadas em grandes doses de diversão. Se olharmos de acolá (seguidores), aí temos o nosso problema.


O próprio Thompson escolheu o esdrúxulo Gonzo pra demonstrar já no nome que seu ‘estilo’ não era muito importante. Acredito que se divertia muito com pessoas o levando a sério e escrevendo colunas de literatura sobre suas obras.

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‘A Grande Caçada Aos Tubarões’ faz um apanhado de todos esses pontos de vista. As interessantes matérias pra Rolling Stone, a cobertura do escândalo Watergate (aqui faltam algumas notas elucidativas por parte da Conrad), alguns trechos dos livros do próprio Thompson, suas chatas notas de observação, hilárias entrevistas e divertidos artigos.


Em alguns desses textos, reportagens escritas por Thompson em viagem pela América do Sul, inclusive Brasil. Pessoalmente, sempre gostei de conhecer a visão do estrangeiro sobre o nosso país.

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Porém a algo alterada visão do escritor sobre a América Latina não traz nada de novo. Só umas besteiras risíveis sobre a bondade da força policial brasileira e uns palpites algo irônicos sobre o povo abaixo da linha do Equador e sua percepção da democracia.


Um bom apanhado pra introduzir-se ao universo do Gonzo. Todas as características e peculiaridades do escritor são perceptíveis aqui: sua implicância com o ex-presidente americano Richard Nixon, a distorção do sonho americano, as viagens. Sem falar que o homem é um ícone pop.


"Eu, como seu advogado, aconselho que você dê uma olhada no trabalho de Thompson".


Eu ouvi isso ou imaginei? Sei lá. Mas ao sair da sala, cuidado com os homens lagartos se comendo...


Leitura Relacionadas: On The Road (Jack Kerouac), Transmetropolitan (Waren Ellis e Darick Robertson), Las Vegas na Cabeça (Hunter S. Thompson), Hollywood (Charles Bukowski), A Sangue Frio (Truman Capote) e Os Paraísos Artificiais – O Ópio e o Poema do Haxixe (Charles Baudelaire)

* O livro ‘A Grande Caçada Aos Tubarões’ foi gentilmente cedido pela Itban (Av. Silva Jardim, 845 - Curitiba. Fone: (41)-232-5367)


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