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Mundo Livre SA em Combat Samba

31 dez 1969 às 21:33
Mundo Livre SA e seu Combat Samba - Divulgação/Luciana Ourique
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Com todo respeito e devoção que tenho pelos clássicos da música brasileira, novos ares são fundamentais. Ou, no caso, nem tão novos assim, já que o Mundo Livre S/A acaba de disponibilizar uma compilação com 14 faixas que fazem um passeio por mais de duas décadas de banda.

Lançado pela Deck Disk, o repertório foi selecionado pelo produtor Carlos Eduardo Miranda (o mesmo Miranda que foi jurado do programa Ídolos e, mais recentemente, Astros, ambos exibidos pelo SBT).

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Para encerrar a coletânea, a banda apresenta a música inédita "Estela (A Fumaça do Pajé Miti Subitxxi)", cujo enredo segue em tom realismo fantástico. Inspirada, em parte, por uma denúncia publicada no site da Agência Amazônia de Notícias em que o repórter Chico Araújo relata que amostras de DNA do sangue de indígenas das tribos Karitiana e Suruí, de Rondônia, estão sendo comercializadas via internet por uma grande laboratório sediado em Nova Jersey. A música segue permeada de ironia e neologismos que são tônicas nas composições do grupo.

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Encabeçado por Fred Zeroquatro – que ao lado de Chico Science e Renato L marcou o início do movimento Mangue Beat – o Mundo Livre S/A passou a ser referência para outras sonoridades contemporâneas. E como o próprio Zeroquatro revelou em entrevista exclusiva à Musiqueira, eles conquistaram um reconhecimento que ficou à frente de muitos medalhões do mainstream. "Somos suspeitos pra opinar, mas comemoramos o resultado da votação promovida na edição de aniversário da revista Rolling Stone Brasil. Dois dos nossos discos foram eleitos por dezenas de críticos entre os cem melhores da música brasileira", enfatiza. Confira mais, a seguir.

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"Congresso Nacional do Futebol e do Samba Apresenta: Combat Samba – E se a Gente seqüestrasse o Trem das 11?". Tem alguma explicação para este título da compilação?
No título do nosso primeiro disco, demos uma pista sobre uma de nossas maiores influências, Jorge B-e-n. Quando começamos a imaginar um título para a primeira coletânea, lembramos que faltava em nossa discografia uma referência explícita a outro alicerce não menos fundamental na construção do ideário da banda, o punk engajado do The Clash. Combat Samba se impõe assim como uma tradução "brazuca" do clássico Combat Rock. O subtítulo faz referência a uma ótima definição do espírito punk, atribuída se não me engano ao vocalista Clemente, da banda paulista Inocentes.



De onde surgiu a idéia de revisitar a carreira de mais de duas décadas do Mundo Livre S/A ao invés de lançar um disco de inéditas desde Bêbadogroove?
Temos observado em todas as cidades em que tocamos uma renovação significativa na faixa etária do público que prestigia os nossos shows. As primeiras filas são sempre preenchidas por moleques que ainda faziam pipi na cama quando lançamos nossos primeiros discos. Essa galera não teve oportunidade de acompanhar o início da nossa carreira. E justamente os primeiros discos estão fora do catálogo das gravadoras há anos.

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A seleção do repertório ficou exclusivamente a cargo do Miranda ou vocês interferiram em algum ponto? Achou coerente com a história traçada pelo grupo?


Se cada um da banda fosse sugerir um repertório, teríamos divergências e conflitos internos. Então a solução mais simples foi convidar alguém de fora que dominasse e entendesse integralmente a linguagem da banda, e que tivesse uma visão ampla do cenário atual. Nesse ponto não houve qualquer discussão, todos concordaram que a figura indicada era o velho parceiro Miranda, até porque sabíamos que essa era uma tarefa que ele assumiria com absoluto prazer. Achamos que, tendo em vista toda a complexidade da banda, o resultado não poderia ter sido mais satisfatório.

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O envolvimento do Mundo Livre com temas polêmicos abordado nas letras é notório. Após cantar sobre política, "jabás" das rádios, Ordem dos Músicos e - agora na faixa "Estela" – questões morais e éticas, o que você teria a comentar a respeito da pirataria e a difusão desenfreada de músicas via internet atualmente?


Acho que esse é um tema muito mais complexo do que se pode imaginar, e muita gente às vezes defende determinadas posições de forma leviana e inconseqüente. Hoje em dia virou moda se falar em consumo consciente da água, consumo consciente da energia, etc. Confesso que às vezes me preocupo com o modelo de fruição musical que estará disponível, por exemplo, pra meus filhos daqui a 10 anos, quando eles tiverem prontos pra se tornar consumidores ativos de música. A maioria se mostra simploriamente deslumbrado com toda a "revolução" tecnológica e com a desconstrução da indústria, mas nem todo caos - e esse é o meu receio - é necessariamente construtivo. É uma questão que mereceria um debate muito mais profundo do que o que se tem visto por aí.

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A faixa inédita seria uma prévia do próximo disco de carreira, ou, quem sabe um DVD ao vivo? Existe uma previsão para o lançamento?
Um DVD está em nossos planos. Começamos a discutir alternativas de formato, produção e distribução. Mas ainda não há cronograma definido. O que importa é que já temos muito material inédito e as idéias têm brotado em profusão. Ultimamente temos adotado a filosofia do mestre Zeca Pagodinho; deixa a vida me levar...


Ouça e leia mais sobre:


http://www.myspace.com/mundolivresa

http://diariodomundolivre.blogspot.com/


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