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Ana Paula da Silva revela sua brasilidade

31 dez 1969 às 21:33
Ana Paula da Silva revela sua brasilidade - Divulgação
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"Só quando se tem rio fundo, ou cava de buraco, é que a gente por riba põe ponte". João Guimarães Rosa é mestre em revelar os "Brasis" que arregimentam o Brasil que somos. Entre o encanto de seus rios, mares e lagos profundos, há também lacunas que ecoam tanto o vazio quanto a superficialidade com que a cultura é tratada em sua maioria.

Abre-se, então, o espaço para que os artistas assumam o sublime papel de ponte, promovendo o intercâmbio e, ao mesmo tempo, edificando as manifestações de cada pedaço do país.

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Uma cantora e compositora nascida em Joinville (SC), a exemplo de tantos outros nomes, encontrou espaço para dar vazão a sua música em solos estrangeiros, como em Portugal, Áustria...até que aportasse novamente ao Brasil.

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Como resultado, Ana Paula da Silva já gravou dois discos além de participar de uma belíssima coletânea de jazz. Da região Sul, a artista ultrapassou limites culturais e espaciais para revelar o rico mosaico brasileiro em canções primordiais com boa dose do regionalismo nordestino.

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Em "Por Causa do Samba", lançado em parceria com o compositor, arranjador e guitarrista Alegre Corrêa, destaque para a comovente interpretação de "Na Volta que o Mundo Dá" (Vicente Barreto e Paulo César Pinheiro), que somente Mônica Salmaso tinha conseguido tomar para si cada verso entoado. Também no primeiro disco solo, "Canto Negro", Paulo César Pinheiro ressurge ao lado de Sérgio Santos para Ana Paula interpretar "Sincretismo", faixa destaque do álbum.


Recentemente, a cantora apresentou a música "Canto Negro" no FEMUCIC 30 anos, em Maringá (PR). Nos Estados Unidos, o mesmo título entra em compilação. "Pretendo ficar mais um tempo no Brasil; viajei ano passado em duas turnês pela Europa e este ano viajarei em outubro. É muito bacana poder fazer esta ponte. No Brasil, como é muito grande, existe a diferença do desenrolar do trabalho. Fico contente em poder estar aqui também divulgando meu trabalho, assim não fico tão desaparecida. O que a gente quer é ser reconhecido no nosso país", desabafou Ana Paula. Confira um pouco mais da cantora e compositora nos principais trechos da entrevista que concedeu à Musiqueira.

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Quando você começou a compor? Aproveite para falar a respeito da sua iniciação musical, quais instrumentos você toca, etc...
Componho desde que conheci o jornalista e letrista Sergio Almeida em 2000. A primeira parceria, Samba da Bicicleta, foi a terceira colocada no Festival de Musica do Sesc em 2001, que foi gravada no CD do Sesc. Tive a felicidade de estar muito próxima da música desde pequena, pois meu pai tocava e cantava canções no cavaquinho e no violão. Com uma voz afinadíssima, ele foi me ensinando as músicas e sempre puxando o estilo para o samba. A voz comecei a descobrir em 1996, o violão em 2000, quando senti a necessidade de me acompanhar.



Tanto as letras quanto os arranjos resvalam para o regionalismo tipicamente brasileiro. O que mais te desperta a atenção nesse contexto?
Tento estar atenta a tudo o que acontece na vida, essa atenção me mostra que caminho seguir, como sentir e como posso interpretar essas emoções na música. O Brasil é muito inspirador, tem muito movimento, isso é maravilhoso, e quando você parte para a cultura de cada região, desde a palavra, a música, o ritmo, o cotidiano, a fé, aprendemos muito, isso tudo está muito próximo de nós, basta observar. Em um país que tem tantas variações musicais tento passear entre elas.

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O sincretismo, tema que dá título a segunda faixa de "Canto Negro", é inerente ao nosso país. Podemos dizer que também faz uma tradução fiel de sua religiosidade? Qual é o seu orixá?
Em determinada época sim, filha de Oxossi. Com a gratidão por ter conhecido esta religião que me ensinou e ensina coisas lindas. Agora sou um ser de portas abertas, tentando viver em paz, para mim esse é o caminho.



Fora a carreira solo, você também dá seqüência a projetos paralelos, certo? Fale um pouco sobre eles.
Sim. No momento estou trabalhando fora do Brasil com o projeto do pianista e arranjador austríaco Martin Reiter, com quem participei também da gravação de seu segundo álbum ALMA. No Brasil, além dos trabalhos do Canto Negro, tenho o projeto de samba (Pé de Crioula), o de Bossa Nova (De Flor em Flor), e o Contos em Cantos, onde musiquei histórias de Humberto Soares. Este último foi aprovado pelo edital e a minha produtora (Crioula Brasil Produções) lançará o livro-CD até final de 2008.

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Como você enxerga o mercado da música no Brasil?
Como em todo mundo está meio difícil, mas não fico me preocupando muito com isso, quando vou compor ou interpretar uma canção, faço o que me identifico e não o que acho que vai vender, ou me ajudar a entrar em uma gravadora, novela e etc. Gosto de ser independente, pois facilita muitas coisas: no momento de gravar, no repertório, isso é muito bacana. Mas o mercado ainda é fechado para os independentes, temos muito pouco acesso às rádios e aos grandes meios de comunicação. Seria interessante uma divulgação melhor na venda de discos, gostaria de ver mais projetos, mais patrocinadores, pessoas preocupadas com a cultura de sua região. Santa Catarina , onde encontro-me agora, é um estado muito lento em relação a isso, temos poucas oportunidades de divulgar a arte em geral. Mas o bacana é seguir, continuar no caminho.



Você também é adepta de meios alternativos de divulgação, como o Myspace que disponibiliza algumas faixas para serem ouvidas ou baixadas. Acredita que o CD é uma mídia que está com os dias contados?


Sim, utilizo quase todos os meios de divulgação e acho ótima esta oportunidade. Tem tanta coisa linda no Brasil e no mundo, agora podemos ouvir e ver através de vídeos e baixar canções, é muito bacana esta facilidade, ainda mais em um país "enorrrme" como o Brasil, e isto nos dá uma grande ajuda. Hoje, através destas ferramentas, quando você consegue se organizar e se produzir, você pode vender coisas para o mundo inteiro, sem precisar estar em grandes centros. Sobre o CD, pode ser, mas eu, por exemplo, gosto muito de ter o trabalho completo de quem eu gosto em minha casa. Sou uma pessoa que gosta pra caramba do vinil.


Onde e como seus discos podem ser adquiridos?
O "Por causa do samba" somente através da internet, pois não foi lançado no Brasil. O Canto Negro, pela internet através do site www.antaresmusica.com.br , e pelo e-mail [email protected], mediante depósito e envio via correio. Mais informações pelo site www.myspace.com/anapauladasilva


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