A amamentação exclusiva até os 6 meses de idade e complementar até os 2 anos poderia salvar a vida de 1,5 milhão de crianças anualmente em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A estimativa é que apenas 35% das crianças com até 6 meses de vida recebam exclusivamente o leite materno.
Na Semana Mundial da Amamentação, o órgão divulgou que mais de dois terços das 8,8 milhões de mortes anuais de crianças menores de 5 anos são provocadas pela subnutrição. A doença está associada, inclusive, a práticas de alimentação inadequadas, como a mamadeira, nos primeiros cinco meses de vida.
De acordo com a OMS, aumentar os índices de aleitamento materno é a chave para melhorar a nutrição de crianças em todo o mundo. Os hospitais que receberam o título de Amigos da Criança, segundo o órgão, têm o potencial de oferecer a milhões de bebês um início de vida mais saudável.
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De acordo com o órgão, a falta de orientação e de apoio por parte de profissionais de saúde é uma das razões que levam mães a interromperem a amamentação poucas semanas após darem à luz.
No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revela que os bebês nascidos nessas instituições mamam por um período maior do que as crianças nascidas em outras maternidades. Atualmente, 335 hospitais brasileiros têm o título, conferido pela OMS em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
De acordo com o levantamento, o índice de bebês que mamaram na primeira hora de vida foi de 71,9% nos hospitais Amigos da Criança, enquanto nas demais maternidades a taxa foi de 65,6%.
A diferença de 6% parece pouco, mas representa cerca de 190 mil crianças beneficiadas a cada ano com a prática da amamentação a longo prazo. Além de promover a interação entre mãe e filho, a amamentação diminui a mortalidade no período neonatal.
Dados mostram ainda que 50% dos bebês com até seis meses nascidos em hospitais Amigos da Criança foram alimentados somente com leite materno. Nas outras maternidades, o índice foi de 46%.
De acordo com o Ministério da Saúde, o leite materno é considerado um alimento completo, que age como uma espécie de vacina natural, ao proteger o bebê de diferentes doenças. A amamentação também melhora a saúde da mãe, ao reduzir o risco de diabetes e de câncer de mama e ovário.
Os especialistas recomendam que a alimentação nos primeiros 6 meses de vida seja constituída exclusivamente de leite materno. Depois desse período, devem ser incluídos na dieta alimentos complementares como frutas, legumes, cereais e carnes. Ainda assim, a amamentação deve ser mantida até os 2 anos de idade ou mais.