O câncer é a doença mais temida pelas mulheres brasileiras. No entanto, grande parte delas está desinformada com relação a uma das formas mais comuns da doença: o câncer de mama. A conclusão do levantamento realizado em São Paulo, pelo Instituto Ipsos, sob encomenda do Instituto Avon, revela que a doença causa a morte de 11 mil mulheres por ano.
De acordo com a pesquisa, apesar de o câncer ser a doença que mais mata mulheres no país, 39% das brasileiras acreditam estar imunes a ela. Das mil entrevistadas em 70 cidades, 22% acham ainda estar imunes, pois não têm casos de câncer na família. Entretanto, 90% dos casos de câncer não têm relação alguma com a hereditariedade.
"Isso é preocupante", disse o diretor da Ipsos, Paulo Cidade, referindo-se ao fato de que a mulher, segundo a pesquisa, não se preocupa, não busca informações, não vai ao médico e não faz os exames para detectar a doença.
O levantamento também constatou que só 35% das mulheres fazem o autoexame da mama pelo menos uma vez por mês. Já as mulheres com mais de 40 anos, que têm mais chances de ter a doença, são as que menos vão aos ginecologistas para fazer exames de rotina. "São essas mulheres que mais deveriam ir", afirmou Cidade.
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Para ele, as conclusões da pesquisa mostram que as campanhas de conscientização precisam mudar. Para Cidade, mais que simplesmente falar de riscos e da importância de exames, as propagandas precisam se adaptar ao universo feminino para serem mais efetivas. "As mulheres são vaidosas, temem o câncer. Isso tudo precisa ser levado em conta", disse Cidade. "Não basta mostrar quem está no grupo de risco e incentivar o autoexame."
Outubro é mês de combater câncer de mama
''Agradeço a Deus todo o momento por ter sido prevenida.'' Essa é a afirmação que a corretora de imóveis Elisabeth Oliveira deu durante lançamento do projeto ''Outubro Rosa'', em Londrina. Ela descobriu o câncer de mama em 2009, ao realizar uma mamografia, após perceber alterações.
A corretora diz ter ficado muito assustada depois de receber a notícia. ''Eu e minha mãe sempre fomos voluntárias em campanhas de prevenção, mas nunca imaginei que precisaria utilizar os serviços do Instituto de Câncer.''
De acordo com ela, após cirugia de remoção de parte da mama e de oito sessões de quimioterapia, sua situação está estável. ''Não é fácil lidar com essa doença, é preciso ter fé. Prevenção é essencial para o sucesso do tratamento'', diz.
E é justamente com objetivo de incentivar o diagnóstico precoce que atua o movimento ''Outubro Rosa''. O projeto, que é realizado há dez anos em todo o mundo, visa incentivar a cultura de exames periódicos para reduzir a mortalidade da doença.
Durante o próximo mês, serão realizadas oficinas, palestras, caminhadas, distribuição de lacinhos rosas (símbolo do movimento) e instalação de barracas em alguns pontos da cidade dando orientações sobre o autoexame. Além disso, alguns marcos de Londrina, como a Concha Acústica e o Museu Histórico, receberão iluminação especial.
De acordo com Sônia Medeiros, uma das coordenadores do projeto, o objetivo é lutar contra o número alarmante de mortes causadas pelo câncer de mama. A doença é a segunda mais frequente em todo o mundo, e a primeira entre as mulheres.
O Instituto Nacional do Câncer prevê o aparecimento de quase 50 mil novos casos neste ano. Isso significa que a cada 100 mil mulheres, quase 50 serão diagnosticadas com a doença. No Paraná, o índice é ainda maior: 64 casos para cada 100 mil mulheres. A chance de cura chega a 95%, quando diagnosticado precocemente.