Uma moda perigosa tem colocado em risco a saúde ocular de algumas mulheres. Elas têm utilizando, nos olhos, medicamento para tratar de glaucoma com o objetivo de conseguir cílios mais longos, em maior volume, mais escuros e espessos. O alerta é do especialista em glaucoma do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), oftalmologista Juscelino de Oliveira. Ele adverte que o uso desse medicamento, sem orientação médica pode causar uma série de efeitos colaterais.
"As principais substâncias responsáveis por esse alongamento dos cílios chamam-se bimatoprosta, latinoprosta e travoprosta componentes usados para baixar a pressão intraocular e controlar o glaucoma", explica Juscelino. Entre as principais reações do uso de colírios glaucomatosos usados somente para fins estéticos estão a alergia, vermelhidão ocular, lacrimejamento, irritação, inflamação, hipertensão, náuseas, dor de cabeça e até falta de ar.
Juscelino observa que o crescimento dos cílios é um efeito colateral conhecido pelos pacientes de glaucoma, o qual é compensado pela relação custo-benefício da aplicação do medicamento."Os colírios proporcionam maior controle da pressão intraocular do paciente glaucomatoso. É sempre mais vantajoso garantir uma qualidade de visão por períodos maiores e ter os cílios alongados do que diminuir o tempo de visão", pondera.
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Cegueira
O glaucoma não tem cura, tem controle. "O tratamento dessa neuropatia pode ser feito à base de colírios, entre eles os que contêm a bimatoprosta, a latinoprosta e travoprosta. Quando essa abordagem não surte o efeito esperado ou não diminui a pressão intraocular na proporção desejada, há uma verificação clínica da possibilidade de procedimento cirúrgico para controlar a pressão inadequada e tratar o glaucoma", esclarece o especialista.
O glaucoma, ou neuropatia óptica glaucomatosa, é causado por um dano no nervo óptico, que é o veículo dos estímulos luminosos ao cérebro.
Conhecido como a maior causa de cegueira irreversível no mundo o glaucoma, este ano deve ser o responsável pela cegueira de 9 milhões de pessoas no mundo. A estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia mostra a gravidade da doença que não apresenta sintomas e avança lentamente até destruir o nervo óptico e provocar a perda parcial ou total da visão.
O nervo é lesado principalmente por aumento da pressão nos globos oculares. "A pressão intraocular elevada é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de glaucoma, não existindo, contudo uma relação causal direta entre um determinado valor da pressão intraocular e o aparecimento da doença. Enquanto uma pessoa pode desenvolver dano no nervo com pressões relativamente menores outras podem ter pressão intraocular elevada durante anos sem apresentar lesões. Por isso, falamos em pressão inadequada para cada indivíduo", explica Juscelino.