Uma dieta balanceada durante a gravidez é um verdadeiro presente para a saúde dos ossos da garotada e, no futuro, pode evitar doenças como a osteoporose, por exemplo. É o que relatam pesquisadores da Universidade de Southampton, do Reino Unido, que avaliaram quase 200 gestantes, considerando dois padrões gerais: uma da dieta saudável, rica em frutas e hortaliças, iogurte, pão de trigo, integrais e cereais; e outra, menos saudável, com bastante gordura, açúcar, pão branco, carne processada, vegetais enlatados e refrigerantes.
A avaliação dos ossos de crianças de nove anos indicou que as mães que aderiram a uma dieta mais saudável durante a gestação, principalmente nos últimos meses, tinham filhos com ossos maiores e mais densos. Segundo o estudo, essas crianças teriam ossos com 11% mais conteúdo mineral e 8% maior área do que os filhos daquelas com piores dietas.
Na gestação a mulher tem um aumento nas suas necessidades alimentares, que varia de acordo com o seu estado nutricional antes da gestação. O ideal é que a mulher, previamente à gestação, tenha um estilo de vida saudável com uma dieta equilibrada. Segundo a nutricionista do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Alessandra Pereira, o ferro e cálcio são dois minerais com papéis muito importantes para a gestante e para o bebê. O ferro previne a anemia, que geralmente causa fadiga, cansaço e sonolência, causando mal estar à gestante. "Os vegetais verde-escuros, beterraba e leguminosas assim como alimentos ricos em vitamina C como laranja, goiaba, caju e acerola são boas fontes", recomenda Alessandra.
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O cálcio tem papel fundamental na formação dos ossos do bebê. Sua deficiência pode levar ao prejuízo no crescimento e no desenvolvimento fetal. Estudos associam a sua deficiência com o aumento da pressão arterial sanguínea da gestante e, ainda, com a contração prematura do útero, podendo induzir a partos prematuros. Apesar disso, a recomendação para a gestante de cálcio é a mesma para uma mulher adulta (1000 mg/dia), exceto em gestante adolescente (1300 mg/dia).
"Em termos práticos, para alcançar essa necessidade diária, bastam três copos de leite ou iogurte ao dia. No caso da gestante adolescente, aumentaria uma porção. Um detalhe importante, é que no organismo ocorre uma "competição" entre o ferro e o cálcio para a sua utilização. Por isso, é importante não consumir alimentos fontes desses minerais na mesma refeição. O almoço e jantar são as duas principais refeições fontes de ferro, portanto o ideal é evitar comer alimentos, como sorvetes, pudins, iogurtes como sobremesas ou mesmo algum tempo após", ensina.
Sobrecarga nas articulações
As necessidades nutricionais da mulher grávida são maiores do que as mulheres não grávidas, devido aos ajustes do organismo, às reservas para o feto e à produção de leite materno. Alimentos ricos em gordura trans e saturados como biscoitos, sorvetes e balas, no entanto, devem ser evitados, pois podem levar a um aumento excessivo de peso. "O resultado nestes casos é uma sobrecarga nas articulações da mulher grávida. Além disso, eles podem causar um aumento do colesterol "ruim" LDL, doenças do coração e aumento da pressão arterial. Deve-se evitar ainda o consumo excessivo de alimentos ricos em proteína (carnes em geral), porque prejudicam a absorção do cálcio. E, como consequência, comprometem a formação óssea do feto. Mesma dica para alimentos ricos em sódio (sal, temperos prontos, embutidos, enlatados), pois podem contribuir para o aumento da pressão e para a formação de edemas", complementa.
Já a gestante que restringe todos os alimentos de origem animal, incluindo os queijos, leite e ovos podem apresentar deficiência de cálcio, causando prejuízos à saúde óssea materno-fetal. "As vegetarianas que retiram somente carnes, mas que mantêm o consumo de derivados do leite, podem apresentar deficiência de vitamina B 12, que está presente somente nas carnes. A falta dessa vitamina pode acarretar em anemia", finaliza.