A novela Passione, da TV Globo, a personagem Diana, vivida pela atriz Carolina Dieckmann, morreu após o parto de filha Vitória. Já no hospital, a personagem descobre que tem Síndrome de Hellp, uma complicação obstétrica com risco de morte, considerada por muitos uma variação da pré-eclâmpsia, que pode ocorrer na gestação ou após o parto.
Entretanto, pouca gente sabe o que é a tal síndrome. Trata-se de uma doença caracterizada principalmente por três fatores: a destruição dos glóbulos vermelhos (pelo rompimento da membrana plasmática), a elevação das enzimas hepáticas e a baixa contagem de plaquetas, o que prejudica a coagulação sanguínea. Como geralmente são confundidos com a pré-eclâmpsia grave, os sintomas da Síndrome de Hellp podem passar despercebidos se não houver uma avaliação laboratorial. Por isso, muitas vezes, o diagnóstico é feito quando a síndrome já se encontra em estado avançado.
"O que as pessoas não imaginam é que o fato da mãe ter Hellp implica em risco aumentado da criança recém-nascida desenvolver uma doença genética hereditária, que se não for diagnosticada, pode levá-la ao óbito", explica Salmo Raskin, médico geneticista e diretor da Sociedade Brasileira de Genética Médica. Isso ocorre porque a criança pode nascer portadora da Deficiência de LCHAD (ou deficiência da enzima desidrogenase de 3-hidroxi-acil-CoA de cadeia longa).
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Os principais sintomas do bebê são hipoglicemia, letargia, déficit ponderal e retardo do desenvolvimento, frequentemente acompanhadas por hipotonia e cardiomiopatia. "Algumas ocorrências de Síndrome de Morte Súbita do Lactente (SMSL) são possivelmente causados por LCHAD", esclarece Raskin. "O diagnóstico e o tratamento precoces podem prevenir episódios de risco de morte. O jejum deve ser evitado e, além disso, deve-se instituir uma dieta rica em carboidratos", conclui.
Serviço:
www.sbgm.org.br