Em conflitos e emergências humanitárias, as mulheres costumam ficar mais vulneráveis que os homens. Apesar disso, são elas as protagonistas da reconstrução de seus países. Isso é o que informa o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2010, publicado pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa).
Focado nas questões de gênero, o documento mostra como estão se reerguendo as comunidades da Bósnia-Herzegóvina, Haiti, Iraque, Jordânia, Libéria, Território Palestino Ocupado, Timor Leste e Uganda afetadas por conflitos armados ou desastres naturais.
O texto chama atenção para as dificuldades com que as mulheres precisam lidar após as catástrofes: estupros e ameaças de violência sexual, transmissão de HIV e traumas psicológicos. Nessa situação, algumas deixam de ir à escola por temer a violência e os sequestros de estupradores e traficantes. Outras se veem desprotegidas com a morte de parentes e precisam assumir os filhos e a renda familiar de uma hora para outra. Os homens também sofrem com a exploração do seu trabalho e com a violência sexual, ainda que ela atinja mais as mulheres.
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Apesar de todos esses problemas, as mulheres têm se organizado em movimentos de reconstrução, cobrança de respeito aos direitos humanos e fim de conflitos armados e guerra civil. Como exemplo, o relatório cita o exemplo da África Ocidental, onde elas "têm se mostrado muito ativas em se organizar".
"É possível que a Libéria (país da África Ocidental) tenha saído na frente em termos de recuperação pós-conflito, porque as mulheres acumularam considerável influência política no início desta década. Ainda assim, a despeito da força dos movimentos femininos, a violência doméstica permanece como um dos mais graves problemas na Libéria", diz o relatório.
Além da Libéria, vários outros países onde as barreiras domésticas são as mais fortes são citados. Segundo o documento, o maior desafio feminino nessas regiões é a independência econômica. Por dependerem muito dos homens, elas vivem voltadas para a família. Assim ficam mais suscetíveis à violência doméstica e sem acesso a diversos direitos legais, como a educação.