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Direito à vista

Mulheres violentadas podem ter direito a plástica

Agência Senado
05 fev 2010 às 10:09

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A maioria das mulheres portadoras das sequelas deformantes não pode pagar por cirurgias plásticas reparadoras - Reprodução
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Mulheres vítimas de violência poderão realizar cirurgia plástica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a correção de sequelas de lesões corporais. Projeto de lei com essa finalidade, de autoria do deputado Neilton Mulim (PR-RJ), teve parecer aprovado nesta quarta-feira (3) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A matéria ainda será examinada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), em decisão terminativa.

De acordo com o projeto (PLC 112/09), relatado pelo senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), os hospitais e centros de saúde que atenderem mulheres agredidas deverão informá-las sobre o direito que têm à cirurgia plástica gratuita. A mulher vítima de violência grave que exija a reparação cirúrgica deverá apresentar o registro oficial da ocorrência da agressão à unidade em que for realizar o procedimento.

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Mesquita Júnior ressaltou que o atendimento integral à saúde já está previsto na Constituição e, assim, a cirurgia plástica reparadora ou reconstrutiva de sequelas está incluída. No entanto, explicou o senador, gestores de saúde não consideram o procedimento necessário ou prioritário. Alguns, acrescentou, pensam ser uma intervenção meramente estética ou embelezadora.

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Mesquita destacou que, em alguns casos, os ferimentos ou mutilações deixam sequelas que afetam permanentemente a mulher vítima da agressão, tanto física quanto psiquicamente. As cicatrizes, observou Mesquita, prejudica a auto-estima da mulher, especialmente se localizada na face.

A maioria das mulheres portadoras das sequelas deformantes não pode pagar por cirurgias plásticas reparadoras nem consegue a sua realização nos serviços públicos de saúde. Já as mulheres de poder aquisitivo mais alto geralmente são beneficiárias de planos privados de assistência à saúde ou podem pagar pela cirurgia. As mulheres pobres são, também, vítimas da desigualdade no atendimento à saúde, observou o relator.


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