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Perigos online

Pesquisa revela realidade feminina na internet

Redação Bonde
27 set 2010 às 08:13

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- Reprodução
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Em pesquisa realizada em todo o Brasil, cerca de 80% das adolescentes entrevistadas declararam se sentir inseguras no ambiente online, apesar de afirmarem conhecer as ameaças. E apenas um terço delas sabe como denunciar uma situação de perigo online.

O levantamento, realizado no país pela CPP Brasil (Parceria para a Proteção da Criança e do Adolescente), faz parte da publicação internacional da ONG Plan "Fronteiras Digitais e Urbanas: Meninas em um ambiente em transformação" ("Digital and Urban Frontiers: Girls in a Changing Landscape"), lançada nesta quarta-feira em São Paulo. O documento internacional traz um retrato de como as tecnologias de comunicação e informação (TICs) têm impactado a vida de meninas em todo o mundo, bem como os riscos a que elas se expõem com a exploração dessas inovações.

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O levantamento no Brasil mostra que:

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. 84% das meninas possuem um celular;
. 60% disseram saber sobre os perigos online;
. 82% já utilizaram a Internet e 27% disseram estar sempre online;
. Quanto mais conhecimento e consciência as meninas têm sobre as TICs, maior o grau de segurança que sentirão online;
. 79% das meninas disseram que não se sentiam seguras online;
. Quase metades das meninas que responderam à pesquisa afirmaram que seus pais sabem o que elas acessam online;
. Somente um terço das meninas sabe como relatar um perigo quando estão online;
. Quase 50% das meninas disseram que gostariam de encontrar pessoalmente alguém que tenham conhecido online.

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A pesquisa mostrou que o uso das TICs está crescendo muito rapidamente, particularmente entre os jovens de 15 a 17 anos. Entre eles, durante o período de 2005 a 2008, houve o maior aumento percentual de todos os setores da população, de 33,7 para 62,9%. A maioria das meninas nesta pesquisa possuía telefones celulares (86%) e usava a internet (82%). Pouco mais de um quarto delas declarou que estava "sempre online". Entre as meninas que tinham acesso a um computador, geralmente passavam de uma a sete horas online por dia.


Os dados do levantamento nacional foram recolhidos por meio de uma pesquisa online, respondida por cerca de 400 adolescentes de diversos estados, e de grupos focais de discussão, que contaram com a participação de mais de 40 meninas, de escola pública e privada, residentes nas cidades de São Paulo e Santo André. "O estudo retrata realidades de meninas em situações culturais e econômicas muito diferentes. Isso nos permite pensar em soluções que podem diferir de acordo com o território e região pesquisada", apontou Luiz Rossi, gestor da CPP Brasil.

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A publicação traz ainda uma série de recomendações, dirigidas ao governo, empresas, sociedade, famílias e às próprias internautas, para aumentar a segurança das adolescentes no ambiente online. "As famílias, principalmente os pais, podem contribuir muito para diminuir a exposição das adolescentes. Em muitos casos, aliás, é preciso primeiro promover a inclusão digital dos pais, para que esses se familiarizem com as ferramentas online e possam acompanhar mais de perto a navegação dos filhos", afirmou Rossi. Além do envolvimento da família, o relatório aponta a necessidade do engajamento dos atores locais, estaduais e nacionais para defesa e implementação das leis do setor e de novas pesquisas focadas na relação das meninas com as TICs.


O relatório faz parte da campanha internacional da Plan "Because I am a Girl" ("Porque Sou uma Menina"), que anualmente publica relatórios sobre a situação das meninas em diferentes ambientes e regiões do mundo. No Brasil, a Plan desenvolve projetos visando à redução do abuso e da exploração sexual de adolescentes facilitados pelas TICs, com a promoção do conhecimento sobre os benefícios e malefícios da utilização das ferramentas online. Entre as iniciativas, estão campanhas de fortalecimento de redes comunitárias e de estímulo ao protagonismo infanto-juvenil; de orientação e conscientização de proprietários de estabelecimentos de acesso à internet (lan houses, cyber cafés e outros); e a formação de parcerias com organizações públicas e privadas que já desenvolvem ações ligadas à garantia dos direitos e ao combate ao abuso e exploração de crianças e adolescentes.

A CPP é uma iniciativa internacional financiada pela Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional (Canadian International Development Agency - CIDA) e coordenada pelo Instituto Internacional para os Direitos e Desenvolvimento da Criança e Adolescente (International Institute for Child Rights and Development - IICRD), uma organização não-governamental baseada na Universidade de Victoria, no Canadá. Atuando no Brasil desde 2009, a CPP trabalha em parceria com diversas organizações públicas e privadas reconhecidas nacional e internacionalmente, entre elas Plan Brasil, SaferNet, Childhood Brasil, NECA (Associação dos Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e Adolescente), Associação Obra do Berço, Secretaria de Inclusão Social de Santo André, Secretaria de Participação e Parceira de São Paulo, Instituto Paramitas, Polícia Militar de São Paulo, Polícia Federal, Fundação Telefônica e Microsoft.


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