Em setembro as mamadeiras de vidro fabricadas no Brasil voltarão às prateleiras das farmácias, lojas e supermercados. Elas ficaram muitos anos fora de circulação (os modelos encontrados eram importados), já que a versão em plástico era a preferida do consumidor. Esse cenário começou a mudar a partir da associação da Owens-Illinois - indústria líder do setor de embalagens de vidro no País - com um laboratório para aproveitar a crescente onda internacional que discute o uso de embalagens de plástico.
Há uma discussão entre especialistas de que o elemento bisfenol-A, composto químico que dá maleabilidade ao plástico, seja prejudicial à saúde. Desde os anos 1990 o discute-se sobre as consequências da substância no desenvolvimento infantil. Segundo os defensores das mamadeiras de vidro, o bisfenol-A é liberado no alimento quando a mamadeira é aquecida.
As pesquisas sugerem que entre os estragos provocados pela substância estaria a obesidade, problemas no aparelho reprodutor (entre eles, diminuição da testosterona, aumento dos testículos e puberdade precoce), predisposição para câncer, diabetes e hiperatividade.
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A polêmica já chegou ao Brasil, onde o objeto continua liberado. Afinal é saudável dar mamadeira de plástico? Para os especialistas, não há motivo para se desesperar, mas também não faz mal se precaver. "Se você já deu a mamadeira de plástico para seu filho, não se penalize. Não pense que ele fatalmente terá problemas, afinal, não há comprovações. Mas, se desconfiar do produto e ainda tiver tempo, opte pelo vidro que, inclusive, é mais fácil de limpar", diz Luciano Borges Santiago, vice-presidente do departamento científico de aleitamento materno da Sociedade Brasileira de Pediatria. Mas, nesses casos, além de não serem práticas, as mamadeiras de vidro podem quebrar.
Segundo o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), entidade mantida pelas empresas do setor de plásticos, o bisfenol-A é um material que está na lista positiva da Agêngia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão atesta que não há motivos para se preocupar com o uso das embalagens de plástico, pois o bisfenol-a, dentro da quantidade estipulada pela lei (0,6 mg/kg), não é perigoso.
Em meio a guerra vidro x plástico, há também a questão sobre a preferência do consumidor. Os fabricantes dizem que têm pesquisas demonstrando a preferência pelas embalagens de vidro. Mas essa suposta preferência não corresponde à presença nas prateleiras dos supermercados. O maior entrave é o custo. O vidro é pesado e tem risco de quebra. Logo, pede gastos maiores com logística e transporte.
Ao que tudo indica a unanimidade está longe de acontecer. E enquanto pesquisadores e fabricantes dos dois tipos de embalagens não chegam a um consenso você pode diminuir o contato do seu bebê com o cm o bisfenol-a. Veja algumas dicas:
● Importe mamadeiras sem a substância. Normalmente, o bisfenol-A está presente no plástico número 7 (você vê essa identificação ao fundo do produto). Opte por números inferiores, como 3 ou 5 (normalmente, mais foscos). A de número 5 é feita de polipropileno;
● Não aqueça a mamadeira de plástico nem no microondas nem ao banho-maria. Melhor esquentar primeiro em um recipiente de vidro ou porcelana e, apenas depois, passar para a mamadeira;
● Deixe o alimento o mínimo possível dentro do recipiente;
● Se preferir mamadeira de vidro, fique atenta enquanto seu filho a manuseia;
● O momento da esterilização também pode liberar a substância, mas é necessário para garantir a limpeza da mamadeira. A saída, então, é esperar o recipiente esfriar, lavar em água corrente e, apenas depois, colocar o alimento na mamadeira.
Fontes: Revista Crescer e Estadão Online.