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Polêmica

Ponto G 'não existe', dizem cientistas britânicos

BBC Brasil
06 jan 2010 às 08:49

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Segundo cientista, dizer que Ponto G existe é 'irresponsabilidade' - Reprodução
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Um estudo do King's College, de Londres, concluiu que o chamado ponto G – uma suposta zona erógena que, quando estimulada, provocaria elevados níveis de excitação sexual e orgasmos – pode não existir.

Depois de analisar 1.804 mulheres, o estudo não encontrou provas da existência do ponto G, supostamente um aglomerado de terminações nervosas localizado próximo ao clitóris, descrito pela primeira vez pelo cientista alemão Ernst Gräfenberg em 1950.

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Os cientistas acreditam que o ponto G pode ser fruto da imaginação de mulheres, estimulada por revistas e terapias sexuais.

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A pesquisa foi feita com base nas repostas dadas por mulheres, de idades de 23 a 83 anos, a um questionário. Todas elas eram gêmeas idênticas ou não idênticas – as gêmeas idênticas têm, exatamente, a mesma configuração genética, enquanto as não idênticas têm 50% dos genes em comum.

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Das 56% mulheres entrevistadas que declararam ter o ponto G, a maioria era mais jovem e sexualmente mais ativa do que a média. As gêmeas idênticas demonstraram maior tendência a ter uma resposta afirmativa do que as não-idênticas.


Mas os pesquisadores esperavam que, no caso de uma das mulheres relatar ter o ponto G, a probabilidade de sua irmã ter a mesma resposta seria mais alta, mas a tendência não foi observada, sugerindo que o Ponto G pode ser apenas um mito.

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"Esse é de longe o maior estudo já realizado sobre o assunto e mostra, de forma conclusiva, que a ideia do ponto G é subjetiva", afirma Tim Spector, professor de epidemiologia genética e co-autor do estudo.


Andrea Burri, que liderou a pesquisa, disse que o resultado pode ajudar mulheres e homens que sofrem por se sentir inadequados por não encontrar a procurada zona erógena.

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"Chega a ser irresponsável afirmar a existência de uma entidade que nunca foi comprovada e pressionar mulheres – e homens também", disse ela.


Mas o estudo foi considerado "falho" por outra autoridade no assunto, a sexóloga Beverley Whipple, que ajudou a popularizar o conceito do ponto G nos anos 70 graças a varios livros e a uma pesquisa tida como pioneira.


Para Whipple, o "o maior problema com essas conclusões é que gêmeas, normalmente, não têm o mesmo parceiro sexual" estudo britânico não levou em consideração a opinião lésbicas e bissexuais ao analisar os efeitos de diferentes técnicas sexuais.

Os resultados do estudo devem ser publicados nesta semana na revista especializada The Journal of Sexual Medicine.


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