Um estudo internacional apresentado durante o Congresso anual da Associação Europeia de Urologia - EAU 2010, realizado em Barcelona (Espanha) no mês de abril, apontou melhora significativa em aspectos como desejo sexual, vitalidade, humor e capacidade de concentração de homens maduros, diagnosticados com Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), tratados com injeções de undecilato de testosterona (Nebido®, da Bayer Schering Pharma). Resultados preliminares do estudo IPASS (International, multi-centre, Post-Authorisation Surveillance Study), ainda em andamento, demonstraram que após tratamento hormonal com injeções de undecilato de testosterona as queixas de falta de libido caíram de 62% para 11% entre os 937 homens acompanhados pelos pesquisadores até o momento.
"Esse estudo revela os benefícios do tratamento do déficit de testosterona em homens maduros", afirma Charles Rosenblatt, urologista do Hospital Albert Einstein, que acompanhou as apresentações do EAU 2010. O médico ressalta outro aspecto apontado no IPASS: a melhora da capacidade de ereção. No início da pesquisa, 61% dos participantes apresentavam quadro de disfunção erétil (DE) que variava de moderada até extremamente severa. "Após receberem a reposição de testosterona, o índice de pacientes que apresentavam DE moderada ou severa diminuiu para 25%", revela Rosenblatt.
Envelhecimento e qualidade de vida
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Tratar o déficit de testosterona é importante para a manutenção da saúde do homem maduro. Isso porque a queda das taxas desse hormônio no organismo masculino associada ao avanço da idade está ligada não só a problemas que afetam a qualidade de vida - como a DE e a falta de libido -, mas também às doenças metabólicas e cardiovasculares: diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia (ex: colesterol alto). Além disso, o DAEM pode acarretar sintomas psicológicos como depressão, irritabilidade e dificuldade de concentração e também está ligado à diminuição da massa óssea e muscular nos homens. Nesse contexto, a terapia hormonal pode reduzir os sinais do DAEM. "Melhorando esses sintomas, melhoramos a qualidade de vida desse homem", afirma Luiz OtavioTorres, urologista membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
O tratamento hormonal só é indicado quando o homem tem sintomas de DAEM e níveis baixos de testosterona no sangue, o que é diagnosticado por meio de exames de sangue colhidos no laboratório. "Quando indicada, não existe limite de idade para a reposição de testosterona, as contraindicações absolutas principais são: câncer de mama no homem, câncer de próstata não tratado", explica Torres. "Todo homem que faz uso de reposição hormonal deve ter um controle sistemático com o urologista, para se avaliar a eficácia do tratamento (se há ou não necessidade de ajuste de dosagem), além da realização de exames para monitorar eventuais efeitos adversos do tratamento", reforça o urologista.