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Saúde e beleza

Criado com fins terapêuticos, Botox complata 20 anos

Redação Bonde
21 set 2009 às 11:09

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- Reprodução
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Você sabia que ele foi criado para fins terapêuticos? No Brasil, o medicamento é usado na reabilitação de pacientes que sofreram derrame, paralisia cerebral e outras indicações médicas.

A aplicação da Toxina Botulínica tipo A - o Botox - ficou famosa no mundo todo por seu uso cosmético, no tratamento das rugas de expressão, sendo atualmente o procedimento estético não-cirúrgico mais realizado no mundo.

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O que muitos ainda não sabem é que o Botox foi criado há 20 anos para fins terapêuticos e já beneficiou milhões de pessoas, entre elas crianças com paralisia cerebral, pessoas que sofreram derrame (Acidente Vascular Cerebral - AVC), que têm Incontinência Urinária, entre outras patologias.

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O uso da toxina botulínica tipo A na medicina foi aprovado pela primeira vez no mundo em 1989 (pelo FDA, nos Estados Unidos), como uma alternativa não-cirúrgica para tratar o estrabismo. Desde então, o medicamento foi aprovado em 80 países para 21 indicações diferentes.

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No Brasil, o Botox chegou em 1992, quando foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de estrabismo e distonia. Hoje já são oito indicações aprovadas no País:


Distonia - provoca contrações involuntárias da musculatura em diversas regiões do corpo – como pescoço, por exemplo - comumente confundida com tique nervoso.

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Estrabismo - desalinhamento dos olhos causado por um desequilíbrio dos músculos que agem sobre o globo ocular.


Blefaroespasmo - contrações involuntárias do músculo que controla as pálpebras, fazendo com que o paciente pisque incontrolavelmente.

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Espasmo hemifacial - contrações involuntárias dos músculos da face.


Rugas de expressão - Para expressar os mais diferentes sentimentos e estados de espírito, dizem os especialistas, a pessoa contrai a musculatura facial cerca de 15 mil vezes por dia. Com tudo isso, não é de se admirar que, com o passar dos anos, as linhas de expressão marquem a face.

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Espasticidade - rigidez excessiva da musculatura – de braços e pernas principalmente - que afeta a mobilidade dos pacientes. É uma sequela comum em pessoas vítimas de AVC, paralisia cerebral, lesões medulares, esclerose múltipla e outras patologias ligadas ao sistema nervoso central.


Hiperidrose - suor excessivo nos pés, mãos e axilas.

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Síndrome da Bexiga Hiperativa - contrações involuntárias do músculo da bexiga, que causam vontade urgente e excessiva de urinar.


Como age a toxina

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A Toxina Botulínica tipo A é aplicada diretamente no músculo, promovendo seu relaxamento temporário, o que minimiza contrações involuntárias e a rigidez excessiva. No caso da hiperidrose, a substância é aplicada nas glândulas sudoríparas, reduzindo a produção de suor.


"A toxina não trata as causas das doenças, mas atenua os sintomas e sequelas e, especialmente, ajuda os pacientes a recuperar a qualidade de vida", ressalta a neuropediatra Lúcia Helena Coutinho dos Santos, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em geral, as doenças que podem ser tratadas com Botox comprometem significativamente o bem estar dos pacientes. No caso do blefaroespasmo, as piscadas constantes comprometem muito a visão; a espasticidade restringe atividades simples do dia-a-dia, como vestir-se, comer, andar, e a bexiga hiperativa e a hiperidrose afetam a auto-estima das pessoas, causam restrições sociais e podem, inclusive, levar à depressão.


A melhora da qualidade de vida de crianças e adolescentes com paralisia cerebral submetidas a tratamento com Botox, segundo a especialista, foi apresentada em duas dissertações de mestrado defendidas na UFPR e o ganho de habilidades motoras, comprovado em tese de doutorado que acompanhou bebês com paralisia cerebral que iniciaram o tratamento precocemente. O impacto positivo da utilização da toxina botulínica em crianças e adolescentes com as várias indicações de seu uso delimitou uma linha divisória na atenção a esses indivíduos: antes e após 2000, ano em que se iniciou o uso de Botox em crianças na UFPR. "Os pacientes e suas famílias e as equipes que os atendem comemoram a nova era", destaca a neuropediatra.

O tratamento terapêutico com a toxina botulínica é disponibilizado pelo SUS (Sistema Público de Saúde) em hospitais de todo o país e o medicamento é reembolsado pelos planos de saúde (contratos de acordo com a Lei 9656/98).


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