Recentemente, o Food and Drug Administration (FDA) divulgou uma atualização com informações clínicas e científicas a respeito dos implantes mamários de silicone. O relatório confirma a segurança e a eficácia dos implantes, se usados seguindo todas as orientações médicas, e fornece informações relevantes para as mulheres que desejam fazer o implante.
As quatro principais afirmações do documento:
Os implantes mamários não duram a vida toda. Quanto mais antigo o implante, mais provável o aparecimento de complicações. Uma em cada cinco pacientes, que recebeu implante para aumento dos seios, vai precisar removê-los em 10 anos após a implantação. A regra vale também para as pacientes que se submeteram as cirurgias reconstrutoras da mama;
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As complicações mais frequentemente observadas em relação aos implantes de silicone são a contratura capsular (endurecimento da área ao redor do implante), a reoperação (cirurgias adicionais) e a remoção do implante. As complicações incluem também ruptura do implante, rugas, assimetria de mamas, cicatrizes, dor e infecção;
As complicações conhecidas não sofreram alterações. São as mesmas observadas desde a aprovação do uso das próteses de silicone para aumento de mamas, em novembro de 2006;
Os dados preliminares indicam que o gel de silicone dos implantes não é fator de risco para o aparecimento do câncer de mama, problemas reprodutivos ou doença do tecido conjuntivo, como artrite reumatóide.
Histórico e segurança no uso do implante
O grande interesse pelas mamoplastias de aumento tem a ver com a evolução das próteses de silicone, desde que surgiram na década de 60, e das técnicas cirúrgicas, nos últimos tempos. As grandes pesquisas sobre o assunto começaram na década de 70 com o intuito de tornar os resultados mais naturais. Mas os estudos decisivos aconteceram nos anos 80 e 90, quando o formato e a textura dos implantes foram aprimorados.
Nesta década, a tecnologia continuou evoluindo e o material da prótese, antes liso – o que poderia provocar irregularidades –, foi substituído por outro – rugoso, também de silicone. "O gel interno, que antes era líquido, se escapasse, podia se espalhar pelos órgãos e se misturar à corrente sanguínea e causar infecções graves. Agora, a prótese é recheada de gel, que não se mistura à corrente sanguínea, num caso excepcional de vazamento", explica o cirurgião plástico, Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
Devido a toda esta evolução, hoje, é possível esculpir o busto da maneira desejada, com o colo mais ou menos projetado, com um formato mais ou menos insinuante... "Hoje, a técnica cirúrgica apresenta menos riscos, como o de redução de contratura capsular, popularmente chamada de encapsulamento. O problema acontece quando a membrana que se forma naturalmente ao redor da prótese se contrai, deixando a mama mais arredondada, dura, com aparência artificial e dolorida. Felizmente, quadros como esse são cada vez mais raros devido às novidades para facilitar e modernizar os procedimentos", diz Ruben Penteado.
O formato da prótese de silicone também passou por mudanças. Primeiro, veio a forma redonda; depois, o formato de gota. Agora, temos como opção a forma cônica. "Como o próprio nome diz, ela lembra um cone por causa da base reta e larga e das laterais que vão afinando em direção à aréola. O desenho, que foi inspirado no sutiã de enchimento, deixa o resultado mais discreto e projeta o mamilo", explica o cirurgião.
Outra novidade para moldar os seios são as próteses com palpação mais suave, que contém um gel altamente coesivo de silicone, com textura de gelatina. "Este tipo de prótese também aumenta o busto sem deixá-lo duro ou artificial. Com esse implante, a mama fica tão macia ao toque, quanto uma que não foi operada", informa Ruben.
Evolução com saúde
A evolução do silicone foi essencial para reduzir os casos de vazamento e de contratura capsular. E os números provam isso: no início, quando o material era líquido, a cada cem implantes realizados, um ficava duro. Mais tarde, quando ele se tornou gelatinoso, apenas uma prótese a cada mil colocadas endurecia. "Hoje, devido ao aprimoramento do material, a chance de encapsulamento é mínima, menor que 1%. Mas a paciente precisa ser alertada que qualquer prótese pode ser rejeitada pelo organismo", destaca o médico.
Não dá para falar em evolução na cirurgia dos seios sem mencionar as técnicas cirúrgicas utilizadas. "A por via axilar apresenta um pós-operatório mais delicado, mas é muito procurada por jovens que querem aumentar o busto, sem mexer nas aréolas. Após a anestesia, o médico faz uma incisão de três a quatro centímetros na dobra da axila e introduz o implante", diz Ruben Penteado. Existem ainda outros dois tipos de cortes: o chamado aerolar e a sub-mamário.
A tecnologia também chegou ao pós-operatório. Hoje, contamos com adesivos que podem auxiliar na hora da sutura, garantindo uma cicatriz mais discreta. "Ao término da cirurgia, uma tela autoadesiva de poliéster é colocada sobre o corte e, por cima dela, um adesivo cutâneo líquido com proteção bacteriana. Esse curativo reduz em meia hora a cirurgia, pode ser molhado, não precisa ser trocado e é retirado após 15 dias. Também é uma opção para as pacientes alérgicas ao micropore", diz o cirurgião plástico.
Por fim, é importante destacar também que a colocação de implantes de silicone com finalidade estética não atrapalha a realização de exames como mamografia, ultra-sonografia e ressonância magnética. "Porém, se os implantes forem muito grandes, pode haver alguma dificuldade na compressão dos seios, diminuindo a qualidade das imagens obtidas e prejudicando o resultado do exame".
"Vale enfatizar, ainda, que, na mamografia em mulheres com próteses, é necessário realizar a chamada ‘manobra de Eklund’, em que se traciona a mama, para expor ao Raio X apenas o tecido mamário. Se isso não for feito, a prótese poderá interferir no resultado do exame", finaliza Penteado.