No campo da medicina, cientistas dedicam-se incansavelmente à descoberta de novos tratamentos para as mais diversas doenças. No entanto, o papel da relação médico-paciente no tratamento ainda é alvo de estudos restritos. "Contudo, é fato que a informação que passamos durante a consulta influenciará as decisões do paciente", afirma o médico Wandler de Pádua, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). O especialista tem razão: tamanha é a importância da capacidade de comunicação do profissional de saúde que a USP já inseriu o tema na formação médica e hospitais como o Sírio-Libanês avaliam o quesito na hora de selecionar seus residentes.
No caso da cirurgia plástica cosmética, o indivíduo não busca o médico para tratar uma patologia, mas o rigor profissional deve ser o mesmo. "Desde a primeira consulta, devemos estar atentos, porque as pessoas chegam ao consultório com muitos desejos e expectativas", destaca Wandler. Ele defende que o especialista deve ser bom ouvinte e excelente observador. "O paciente necessita receber informações claras em relação às reais possibilidades e também aos riscos inerentes aos procedimentos. Quando dúvida e medo persistem, o indicado é que ele tome um tempo a mais para amadurecer sua decisão", diz Wandler.
Escolher um cirurgião plástico exclusivamente pela forma de pagamento praticada não é o melhor caminho. "As propagandas vendem parcelamentos a perder de vista. Não se vê aí a preocupação com o estabelecimento da relação médico-paciente, mas sim, com o consumo puro e simples", explica o médico. "É necessário resgatar a visão integral do ser humano. Quando o paciente está passando por momentos desafiadores na vida pessoal ou profissional ou quando não tem condições de seguir as recomendações pós-operatórias, é prudente adiar a plástica para uma ocasião mais oportuna", destaca.
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Clareza e transparência na comunciação e disponibilidade do médico devem ser acompanhadas de outros aspectos que propiciam a segurança e o alcance de resultados reais. "A escolha do profissional precisa ser validada pela certeza de que o procedimento será realizado em uma estrutura que segue todos os padrões exigidos, como centro cirúrgico e área de esterilizarão devidamente equipados, sala de recuperação, apartamentos bem montados e aprovação da Vigilância Sanitária. Um procedimento estético que coloca em risco a vida ou o bem-estar do paciente definitivamente não vale a pena", conclui.