“Violência contra a mulher: NÃO!” A luta é pela igualdade de direito, de salário, pelo direito de ir e vir, de se vestir como quiser, a luta é pelo direito à vida. No fim da manhã deste sábado (22), dezenas de pessoas se reuniram em frente à Catedral de Londrina, no centro da cidade, para pedir o fim da violência contra as mulheres. Organizada pela Semipi (Secretaria Estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa), a 1ª Caminhada do Meio-Dia foi realizada em mais de 70 municípios do Paraná na data em que é celebrado o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio.
A deputada estadual Cloara Pinheiro foi a responsável por organizar o evento em Londrina. Segundo ela, o horário do almoço foi escolhido por representar o momento em que as mulheres vítimas de feminicídio poderiam estar reunidas com seus familiares para a refeição. Afirmando ser uma “sobrevivente”, a deputada citou o exemplo da influenciadora Daniele Gonçalves, que foi vítima de uma tentativa de feminicídio em Londrina em maio deste ano. “Nós queremos falar ‘sim’ à vida e ‘não’ à violência. A violência que envolve o ‘você é chata’ e o ‘você é gorda’. A violência de todo o tipo”, ressaltou.
Pinheiro detalhou que o pedido foi para que todas as pessoas comparecessem de branco para representar a paz e a vida. “Não existe mais isso de que em briga de marido e mulher não se mete a colher. Se mete a colher, a polícia e tudo mais”, afirmou.
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De branco e muito emocionada, Daniele Gonçalves também compareceu ao ato simbólico. Ela disse que se sente grata por poder estar viva para compartilhar um pouco da sua história, já que muitas outras mulheres não tiveram a mesma chance. A influenciadora disse ainda estar muito abalada com tudo o que aconteceu e que ainda não consegue esquecer do momento em que foi tirada do carro à força e golpeada por Gabriel de Faveri. “Mulheres, denunciem! O que eu quero agora é encorajar outras mulheres a não se calarem”, frisou.
De acordo com dados do Lesfem (Laboratório de Estudos de Feminicídios), vinculado ao CLCH (Centro de Letras e Ciências Humanas) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), no primeiro semestre deste ano foram registrados 862 feminicídios no Brasil, sendo 599 consumados e 263 tentados. O Paraná registrou 62 mulheres assassinadas, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Na cidade de Londrina, sete mulheres foram vítimas do feminicídio em seis meses.
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