Vestibulandas e vestibulandos têm a oportunidade de debater o controverso tema da liberação do aborto em um "aulão" interdisciplinar gratuito nesta sexta-feira (7), no centro de eventos do Aurora Shopping, das 19h30 às 22h.
O evento com o tema “Aborto: deve ou não ser legalizado?” é promovido pelo Curso Prime com a proposta de, a partir de um tema controverso, mostrar que os conteúdos das disciplinas cobradas no vestibular podem ser usadas para debater atualidades.
Para participar, basta ir à Avenida Ayrton Senna, 200, sala 9, doar um quilo de alimento não perecível, preencher uma inscrição com nome e telefone e retirar a pulseira para ter acesso à aula. As doações serão entregues à Associação Flávia Cristina. Todos os participantes vão concorrer a uma vaga no curso Prepara UEL Online.
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Márcio Barbieri, diretor do curso Prime, explica que o objetivo do aulão é levar aos vestibulandos as diferentes perspectivas e pontos de vista sobre o aborto, abordando conteúdo das diversas disciplinas cobradas nas provas, para apoiar os estudantes na formação de repoertório que podem apoiá-los nas provas de conhecimentos gerais e na redação.
O aborto é crime previsto no Brasil desde o Código Penal de 1940, mas o consenso sobre o assunto está longe de ser alcançado. O tema foi escolhido, portanto, para mostrar aos vestibulandos que é possível discutir assuntos polêmicos sob diferentes pontos de vista, sem ofensas nem discussões, gerando mais conhecimento.
Participam do debate os professores Thiago (História), Angélica (Geografia), Márcia (Gramática), Márcio (Biologia), Lucas (Filosofia) e Jeniffer (redação).
E por que esse tema interessa ao vestibulando? Com o debate, os professores ajudarão os vestibulandos a formarem repertório sobre atualidades relacionadas a diferentes disciplinas, o que pode dar subsídios para a prova de conhecimentos gerais e na redação.
Sete fatos sobre o aborto no Brasil
No Brasil, o aborto é considerado crime, previsto nos artigos 124 a 126 do Código Penal, que data de 1940.
De acordo com a lei, uma mulher que provocar aborto em si mesma ou consentir que outra pessoa lhe provoque – um médico, por exemplo – pode ser condenada a um até três anos de prisão.
Situações que permitem o aborto no Brasil: quando é necessário para salvar a vida da grávida ou quando a gestação é fruto de um estupro. Nos casos em que o aborto é permitido, deve ser feito no Sistema Único de Saúde (SUS).
Não está na lei, porém, em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a interrupção da gravidez de feto anencéfalo não pode ser criminalizada.
Por ser uma prática ilegal, há poucos dados sobre aborto no Brasil. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que são realizados cerca de 25 milhões de abortos inseguros por ano em todo o mundo.
Pesquisa Nacional do Aborto de 2016, realizada pelo Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero e pela Universidade de Brasília (UnB), mostrou que, em 2015, 503 mil mulheres fizeram um aborto no Brasil, uma média de 1.300 mulheres abortando por dia, 57 por hora.
Entre 2016 até outubro de 2020, foram realizados 8.665 abortos legais pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Não há dados relativos ao sistema de saúde privado.