Depois do trabalho, esguios rapazes de paletó, chapéu e guarda-chuva tinham um destino certo: "fazer uma balconeira". Isso já acontecia nos anos 50 em alguns bares que resistem até hoje. A pesquisa "Boemia Curitibana dos Anos 50", do historiador Guilherme Gouveia Santa Bárbara será apresentada nesta sexta-feira às 16 horas, no Teatro Londrina do Memorial de Curitiba, no último dia da 7ª Semana de História do Paraná.
O que dizem por aí sobre a proibição de mulheres nos bares naquele tempo é a mais pura verdade. "Se insistissem, simplesmente ignoravam-as e não as serviam", apurou o historiador. A justificativa encontrada por ele foi que bares onde mulheres entrassem sozinhas ganhavam fama de ponto de prostituição. "Portanto se alguma moça fosse vista entrando num bar, ficaria mal falada."
Mas em 1957, a jornalista Rosy de Sá Cardoso organizou em piquete em frente ao Bar Rei das Batidas e, junto com várias amigas, foi recebida pelo dono do bar Ivo Pschera, que convidou as moças para entrar. "Na verdade eu era muito amiga dele e sempre ia ao bar comprar batidas para levar para casa. A história da 'invasão do bar' foi combinada com ele, que a partir de então começou a receber mulheres", confidenciou a jornalista.
Os frequentadores eram estudantes, políticos em início de carreira e jornalistas. A ida ao bar para a 'balconeira' era religiosa. Não passavam dois dias sem que as figuras aparecessem. "As conversas eram sobre todos os assuntos e em cada bar havia uma especialidade de comida", apurou Gouveia.
No Bar Stuart os pratos mais pedidos eram "Carne de Onça", codorna, mariscos e testículos de boi. Os bares vizinhos, Triâgulo e Mignon, onde hoje é o Cachorro Quente, na Rua XV de Novembro, serviam pão com linguiça e sanduíche de pernil. O churrasco do Bar Palácio era famosíssimo. "Havia, inclusive, a afirmação de que a melhor desculpa para chegar tarde em casa, era estar cheirando a fumaça do churrasco do Bar Palácio. No Bar e Restautante Paraná, o carro-chefe era a 'Sopa Húngara'."
Outra característica interessante era a música. Na maioria não havia som ao vivo, em alguns bares músicos reuniam-se numa roda de viola e no Bar Guairacá havia um piano e violino ao vivo. As mesas eram de madeira como o balcão do bar, e um dos donos do Bar Stuart mudou a decoração mas teve de voltar a usar as cadeiras e mesas antigas a pedido dos clientes.
7ª Semana de História do Paraná, comunicação e pesquisa da área histórica, nesta sexta-feira de 16 às 18h30, no Teatro Londrina, no Memorial de Curitiba (Largo da Ordem).
O que dizem por aí sobre a proibição de mulheres nos bares naquele tempo é a mais pura verdade. "Se insistissem, simplesmente ignoravam-as e não as serviam", apurou o historiador. A justificativa encontrada por ele foi que bares onde mulheres entrassem sozinhas ganhavam fama de ponto de prostituição. "Portanto se alguma moça fosse vista entrando num bar, ficaria mal falada."
Mas em 1957, a jornalista Rosy de Sá Cardoso organizou em piquete em frente ao Bar Rei das Batidas e, junto com várias amigas, foi recebida pelo dono do bar Ivo Pschera, que convidou as moças para entrar. "Na verdade eu era muito amiga dele e sempre ia ao bar comprar batidas para levar para casa. A história da 'invasão do bar' foi combinada com ele, que a partir de então começou a receber mulheres", confidenciou a jornalista.
Os frequentadores eram estudantes, políticos em início de carreira e jornalistas. A ida ao bar para a 'balconeira' era religiosa. Não passavam dois dias sem que as figuras aparecessem. "As conversas eram sobre todos os assuntos e em cada bar havia uma especialidade de comida", apurou Gouveia.
No Bar Stuart os pratos mais pedidos eram "Carne de Onça", codorna, mariscos e testículos de boi. Os bares vizinhos, Triâgulo e Mignon, onde hoje é o Cachorro Quente, na Rua XV de Novembro, serviam pão com linguiça e sanduíche de pernil. O churrasco do Bar Palácio era famosíssimo. "Havia, inclusive, a afirmação de que a melhor desculpa para chegar tarde em casa, era estar cheirando a fumaça do churrasco do Bar Palácio. No Bar e Restautante Paraná, o carro-chefe era a 'Sopa Húngara'."
Outra característica interessante era a música. Na maioria não havia som ao vivo, em alguns bares músicos reuniam-se numa roda de viola e no Bar Guairacá havia um piano e violino ao vivo. As mesas eram de madeira como o balcão do bar, e um dos donos do Bar Stuart mudou a decoração mas teve de voltar a usar as cadeiras e mesas antigas a pedido dos clientes.
7ª Semana de História do Paraná, comunicação e pesquisa da área histórica, nesta sexta-feira de 16 às 18h30, no Teatro Londrina, no Memorial de Curitiba (Largo da Ordem).