Corações solitários, em doces encontros, de palidez marmórea ou vermelho intenso; com a solidez das pedras e a fragilidade do vidro. A exposição que abre esta noite na Sala Theodoro De Bona (Museu de Arte Contemporânea), em Curitiba, às 18h30, reúne os mais variados "órgãos propulsores", como diria Noel Rosa em seus sambas, mas que são de autoria da escultora Alice Yamamura.
A artista conta que relutou algum tempo à idéia de trabalhar com o tema por julgá-lo desgastado. Porém, ao render-se a ele, descobriu a riqueza contida ali. Usando cerâmica, vidro e mármore criou cerca de 50 peças. As dimensões são variadas, desde as pequenas, que ficam agrupadas, até as maiores que pelo tamanho sustentam-se sozinhas.
"Interessante para mim é a forma e a ocupação do espaço", explica Alice. Com uma carreira iniciada há 20 anos, e prêmios colecionados em diversos salões no Paraná e outros Estados, ela sabe exatamente o que procura. Enfim, sua preocupação esteve centrada na obra em si. Já possíveis histórias envolvendo sentimentos fica a cargo dos visitantes, embora a afetividade seja um tema recorrente. Não há como fugir a ele quando se trabalha com um símbolo como o coração.
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Alice Yamamura passou três anos dedicando-se a este projeto. A execução foi lenta, como ela diz, mas não tinha pressa em concluí-lo. Depois de tudo pronto para sua primeira exposição no MAC, escolheu um título brejeiro, que permite leituras variadas. "Oi, Coração" pode ser um cumprimento carinhoso ou a maneira encontrada para tirar algum distraído coração de seu ar contemplativo. Enfim, no ar ficam as sugestões de envolvimentos.
Serviço: "Oi, Coração", exposição de esculturas de Alice Yamamura. Cerca de 50 peças confeccionadas em cerâmica, vidro e mármore. Abertura hoje, às 18h30, na Sala Theodoro De Bona, do Museu de Arte Contemporânea, Rua Emiliano Perneta, 29, fone 222-5172, Curitiba. Permanece até o dia 3 de junho.