A Folha de Londrina mostrou, em três episódios, o drama e a esperança de um grupo étnico para reconquistar o direito ao seu chão e à sua cultura. Leia na íntegra, aqui no Portal Bonde, as três partes da reportagem especial feita por Francismar Lemes
Saga pela liberdade
Bisneto de um dos 11 escravos herdeiros dos 3.600 alqueires na região de Guarapuava, deixados pela fazendeira dona Balbina Francisca Siqueira, o negro Eugênio Soares Guimarães, o seo Geninho (fotos), é um dos protagonistas de uma história de resistência, reconhecida agora com a certificação pela Fundação Cultural Palmares, oficializada no dia 28 de setembro, na Unicentro, considerando a Comunidade Paiol de Telha uma quilombola por reunir descendentes de escravos.
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Invasões mantêm o testamento de honra
O testamento de honra dos herdeiros do Paiol de Telha não deixa Domingos Gonçalves dos Santos, 75 anos, descansar. Um dos líderes quilombola, ele comandou invasões às terras expropriadas, mas acabou morando de favor num assentamento do Incra. Hoje, carrega nos braços o tataraneto, a esperança de tomar posse definitiva da herança dos escravos.
A espera da volta para casa
Nenhum dos descendentes dos escravos de dona Balbina Francisca Siqueira, que herdaram 3.600 alqueires da fazendeira, sabe ao certo se os ancestrais falavam algum dialeto africano. Porém, se transformaram quase numa lenda as conversas, sempre às escondidas e em uma língua estranha, entre os adultos da Invernada Paiol de Telha.