Um segundo pode durar uma eternidade. Um dia pode demorar anos para chegar ao fim. Um ano pode nunca terminar. O que define essa extraordinária relação com o tempo, na opinião do diretor Pedro Pires, é a forma de se relacionar com as pessoas, com os sentimentos, com as coisas materiais. Ele interpreta as diferentes formas de conviver com o mundo e leva os seus conceitos ao palco no espetáculo "...e bem pouco durou a eternidade" , que estréia amanhã, no Teatro Cleon Jacques, em Curitiba.
A peça é baseada no livro récem-lançado "Amor em 79.5 segundos", do escritor brasiliense radicado no Rio de Janeiro Vinicius Marques, mas também traz textos de Pires. Pode ser considerado a continuação do trabalho de pesquisa do diretor, que desde o início da década de 90 optou por unir o teatro e a dança como forma de expressão. "O ator não está preso à forma. Diferente do bailarino que trabalha de dentro para fora", resume. Pires aproveita essa característica para dirigir seus espetáculos e busca a participação do elenco para montá-los. Foi assim em "Não tenho certeza, mas acho que sim" (1995) e em "Dois somente um" (1998), espetáculos da Cia. Rua das Flores dirigidos por Pires.
Preocupada em desenvolver um trabalho específico nessa área, A Cia. Rua das Flores investe na área de pesquisa. Há três anos fez um intercâmbio com o coreógrafo holandês Pieter de Ruiter, quando este veio a Curitiba para dirigir o espetáculo "Only The Right Things ... Fall". No ano passado, a Rua das Flores produziu o espetáculo "Onde Nada Pára", com apresentações em Curitiba e São Paulo.
"...e bem pouco durou a eternidade" condensa o trabalho do bailarino, coreógrafo e diretor Pedro Pires, que há um ano está lecionando em Portugal. Pires voltou ao Brasil apenas para dirigir o novo espetáculo da Cia. Rua das Flores. A peça é dividida em três blocos que relatam a trajetória do ser humano em busca de respostas, seja para a existência, seja para os relacionamentos, seja para as questões espirituais que permeiam a vida de qualquer ser pensante. "O espetáculo fala do amor, da morte, da separação, das marcas que as pessoas nos deixam".
A trilogia inicia com elementos coloridos, do cenário ao figurino, com concepção do diretor. Passa para elementos no tom azul e depois para o branco. "O colorido representa a série de informações que absorvemos, o azul é quando escolhemos um caminho a seguir e o branco é o vazio, quando se chega a algum lugar", compara o diretor.
No elenco, estão Sílvia Patzsch, Patrícia Reis Braga, Márcio Abreu, Clóvis Inocêncio e Gisele Comunello. A trilha sonora é assinada por Grace Torres (tecladista do grupo Fato) e reserva uma surpresa à parte. Trata-se de releituras da valsa "Danúbio Azul", de J. Strauss. ‘Optei pela valsa por causa da continuidade e da referência que as pessoas têm com essa música em especial’, justifica o diretor. "Mas em algum momentos quase não se reconhece a valsa original."
Os poemas de Vinicius Marques que constam no espetáculo também devem ser apreciados com ouvidos atentos. O escritor carioca há 20 anos escreve para teatro, mas apenas agora lançou, de forma independente, o livro "Amor em 79.5 segundos", no qual a peça da Cia. Rua das Flores de baseia. São esquetes escritas, a princípio, com o objetivo de encenação, conforme conta o autor. "Muita gente me pedia textos pequenos para fazer testes de teatro. Acabei reunindo esses textos em um livro", conta.
Marques revela que começou a escrever quando ainda atuava, insatisfeito com o que era produzido no cenário teatral do Brasil. "Os diretores daqui ou vão buscar textos fora do País ou remontam Nelson Rodrigues", acusa. Mas se por um lado a carência de textos nacionais para teatro torna-se enfadonha para alguns, para outros é motivo de motivação. É o caso do escritor brasiliense radicado do Rio de Janeiro há duas décadas. Ele acumula textos que já foram encenados por feras como Isabela Garcia ("Dança dos Mitos", dirigido por Marcelo Sabag, há dois anos).
Atualmente, Marques se prepara para o lançamento do livro de contos "Um bonde para morte", pela editora carioca Beto Brito, enquanto outro, "À Deriva", está no forno. Produzido pela Lei Rouanet, "À Deriva" é uma espécie de continuação de "Amor em 79.5 segundos", que inspirou "...e bem pouco durou a eternidade". "O livro começa com esquetes de um minuto e termina com textos que ultrapassam dez", adianta o autor.
"Amor em 79.5 segundos" será comercializado durante a temporada do espetáculo. A peça fica em cartaz até o dia 21 de outubro. O diretor, no entanto, participa apenas da estréia. Na sexta-feira ele volta para Portugal, onde dirige o espetáculo "Draw", com texto da carioca Regina Anttonini. "Draw" está com estréia prevista no Brasil durante o 11º Festival de Teatro de Curitiba, em maio do ano que vem.
"...e bem pouco durou a eternidade", de amanhã ao dia 21 de outubro, no Teatro Cleon Jacques (Parque São Lourenço), em Curitiba. De quarta a sábado às 21 horas e domingo às 19 horas. As quartas e quintas-feiras ingressos populares a R$ 3,00. Sexta, sábado e domingo R$ 10,00 e R$ 8,00.
A peça é baseada no livro récem-lançado "Amor em 79.5 segundos", do escritor brasiliense radicado no Rio de Janeiro Vinicius Marques, mas também traz textos de Pires. Pode ser considerado a continuação do trabalho de pesquisa do diretor, que desde o início da década de 90 optou por unir o teatro e a dança como forma de expressão. "O ator não está preso à forma. Diferente do bailarino que trabalha de dentro para fora", resume. Pires aproveita essa característica para dirigir seus espetáculos e busca a participação do elenco para montá-los. Foi assim em "Não tenho certeza, mas acho que sim" (1995) e em "Dois somente um" (1998), espetáculos da Cia. Rua das Flores dirigidos por Pires.
Preocupada em desenvolver um trabalho específico nessa área, A Cia. Rua das Flores investe na área de pesquisa. Há três anos fez um intercâmbio com o coreógrafo holandês Pieter de Ruiter, quando este veio a Curitiba para dirigir o espetáculo "Only The Right Things ... Fall". No ano passado, a Rua das Flores produziu o espetáculo "Onde Nada Pára", com apresentações em Curitiba e São Paulo.
"...e bem pouco durou a eternidade" condensa o trabalho do bailarino, coreógrafo e diretor Pedro Pires, que há um ano está lecionando em Portugal. Pires voltou ao Brasil apenas para dirigir o novo espetáculo da Cia. Rua das Flores. A peça é dividida em três blocos que relatam a trajetória do ser humano em busca de respostas, seja para a existência, seja para os relacionamentos, seja para as questões espirituais que permeiam a vida de qualquer ser pensante. "O espetáculo fala do amor, da morte, da separação, das marcas que as pessoas nos deixam".
A trilogia inicia com elementos coloridos, do cenário ao figurino, com concepção do diretor. Passa para elementos no tom azul e depois para o branco. "O colorido representa a série de informações que absorvemos, o azul é quando escolhemos um caminho a seguir e o branco é o vazio, quando se chega a algum lugar", compara o diretor.
No elenco, estão Sílvia Patzsch, Patrícia Reis Braga, Márcio Abreu, Clóvis Inocêncio e Gisele Comunello. A trilha sonora é assinada por Grace Torres (tecladista do grupo Fato) e reserva uma surpresa à parte. Trata-se de releituras da valsa "Danúbio Azul", de J. Strauss. ‘Optei pela valsa por causa da continuidade e da referência que as pessoas têm com essa música em especial’, justifica o diretor. "Mas em algum momentos quase não se reconhece a valsa original."
Os poemas de Vinicius Marques que constam no espetáculo também devem ser apreciados com ouvidos atentos. O escritor carioca há 20 anos escreve para teatro, mas apenas agora lançou, de forma independente, o livro "Amor em 79.5 segundos", no qual a peça da Cia. Rua das Flores de baseia. São esquetes escritas, a princípio, com o objetivo de encenação, conforme conta o autor. "Muita gente me pedia textos pequenos para fazer testes de teatro. Acabei reunindo esses textos em um livro", conta.
Marques revela que começou a escrever quando ainda atuava, insatisfeito com o que era produzido no cenário teatral do Brasil. "Os diretores daqui ou vão buscar textos fora do País ou remontam Nelson Rodrigues", acusa. Mas se por um lado a carência de textos nacionais para teatro torna-se enfadonha para alguns, para outros é motivo de motivação. É o caso do escritor brasiliense radicado do Rio de Janeiro há duas décadas. Ele acumula textos que já foram encenados por feras como Isabela Garcia ("Dança dos Mitos", dirigido por Marcelo Sabag, há dois anos).
Atualmente, Marques se prepara para o lançamento do livro de contos "Um bonde para morte", pela editora carioca Beto Brito, enquanto outro, "À Deriva", está no forno. Produzido pela Lei Rouanet, "À Deriva" é uma espécie de continuação de "Amor em 79.5 segundos", que inspirou "...e bem pouco durou a eternidade". "O livro começa com esquetes de um minuto e termina com textos que ultrapassam dez", adianta o autor.
"Amor em 79.5 segundos" será comercializado durante a temporada do espetáculo. A peça fica em cartaz até o dia 21 de outubro. O diretor, no entanto, participa apenas da estréia. Na sexta-feira ele volta para Portugal, onde dirige o espetáculo "Draw", com texto da carioca Regina Anttonini. "Draw" está com estréia prevista no Brasil durante o 11º Festival de Teatro de Curitiba, em maio do ano que vem.
"...e bem pouco durou a eternidade", de amanhã ao dia 21 de outubro, no Teatro Cleon Jacques (Parque São Lourenço), em Curitiba. De quarta a sábado às 21 horas e domingo às 19 horas. As quartas e quintas-feiras ingressos populares a R$ 3,00. Sexta, sábado e domingo R$ 10,00 e R$ 8,00.