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Jogadores falam sobre o crescimento e a legalidade do pôquer no Brasil

Claudio Yuge - Folha de Londrina
25 out 2007 às 17:28

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O pôquer, quem diria, deixou para trás aquela história de ''jogo de bad boys'' do Velho Oeste norte-americano e hoje se transformou em mania no Brasil, que até mesmo já conta com jogadores profissionais em campeonatos mundiais nos Estados Unidos. Porém, antes de sair por aí arriscando os trocados, é preciso entender o que é legal no Brasil e como se controlar para não ''viciar''.

''O pôquer é um jogo de habilidade e não de azar. Tanto é que muitos o comparam ao xadrez e nos Estados Unidos algumas escolas querem trocar o xadrez pelo pôquer'', assegura Rodrigo Poli, de 28 anos, presidente da Associação Paranaense de Poker, que abriu as portas ao público em 2006, com cerca de 15 interessados, e atualmente conta com aproximadamente 200 jogadores por semana.

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''Muita gente ainda acha que pôquer é jogo proibido, jogo de azar, jogo de bandido. Mas, em primeiro lugar, é preciso entender o pôquer legal e ilegal no Brasil'', sugere Poli. ''Primeiro você tem que ter um alvará retirado com a Polícia Civil para organizar campeonatos com cartas. O pôquer a dinheiro é ilegal no Brasil, então jogamos sempre em torneios, com fichas que não representam dinheiro e servem como sistema de pontuação'', explica. Normalmente, os jogadores pagam por uma inscrição e o dinheiro da premiação vem de um patrocinador, que pode ser ressarcido mais tarde com a arrecadação do registro de cada um. O valor do prêmio varia de acordo com cada campeonato.

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A modalidade mais popular atualmente é a Texas Hold'Em, em que os jogadores recebem duas cartas e utilizam cinco cartas comunitárias em quatro rodadas de apostas. Nesse sistema a análise de probabilidade e lógica aumenta, assim como as estratégias. ''O jogo de azar é aquele que depende principalmente ou somente da sorte, como a roleta ou o bingo. O pôquer é o único jogo de cassino que não é um jogo de azar'', reflete Poli.

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Segundo números divulgados pelos autores Leo Bello e Leandro Brasa no livro ''Aprendendo a Jogar Poker - Princípios, Técnica e Prática'', em 2006 foram contabilizados 60 milhões de jogadores de pôquer em todo o mundo e 100 mil no Brasil. Esse grupo vem crescendo, assim como os veículos específicos, as mesas na internet e os programas de tevê, que costumam ser exibidos nos canais fechados ESPN ou FX Brasil. ''O grande 'boom' aconteceu de uns anos pra cá por causa dos torneios on-line, que permitem você ganhar dinheiro e até conseguir vagas para jogar contra profissionais. No videogame, você pode jogar futebol com o Barcelona mas você não vai jogar contra aqueles caras. No pôquer da internet você tem a possibilidade de competir em alto nível'', afirma Poli.


Luís César Paiffer, de 20 anos, é hoje um dos que aderiu à ''pôquermania''. ''Meu cunhado jogava, me ensinou e logo depois vi uma entrevista do Christian Kruel (jogador brasileiro profissional) em uma revista, então resolvi jogar'', lembra.

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De acordo com Paiffer, a primeira dificuldade, depois de se acostumar com as regras, foi entender os ''pot odds'', ou seja, o valor de apostas de acordo com as chances de levar as fichas em jogo na rodada. ''No começo não entendia direito os ''pot odds'', o quanto apostar em cada mão. Mas tenho jogado na associação e agora meu nível está bem melhor'', avalia.


A jogatina, no entanto, ainda não é bem vista por quem não conhece. ''Minha mãe não é a favor que eu jogue mas ela sabe que eu gosto. No começo cheguei a pensar também que é um jogo de azar, mas depois que comecei a jogar vi que não é assim'', diz Paiffer.

LEIA TAMBÉM:
>> Cuidados com a jogatina


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