O Filo coloca mais um pedaço de história em sua colcha de retalhos, como sugere o cartaz da 39 edição, exibindo a longevidade e resistência de um tecido, com a tradição de ser o mais antigo evento de teatro da América Latina.
A participação no festival é cobiçada por companhias e artistas como se fosse um linho egípcio, e sobre o evento não repousa um formato acabado, mas uma preocupação com a qualidade dos espetáculos, que tiram o sono dos que seguem os grupos de um teatro para o outro com medo de ficarem sem ingressos - o que também se tornou uma tradição no festival. Não tem para quem quer.
Ao reunir 40 companhias de 10 países, destaque para a própria L'Explose, companhia que abrirá o Filo, e outros espetáculos internacionais, como o''The Other Here'', da Big Dance Theater, de Nova York (EUA), e nacionais, entre os quais o Grupo Galpão com a peça ''Pequenos Milagres'', o festival está envelhecendo muito bem.
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Desde que trocou de mãos, com a saída de Nitis Jacon da direção do festival, a proposta do Filo não ficou perdida e, Luiz Bertipaglia deverá ter a missão de ajudar o evento a passar à maturidade.
''Não fui eu que inventei esse formato, que faz parte da história do festival. Ele já trazia esse respeito e essa visibilidade. A preocupação sempre foi que se mantenha o conceito de qualidade artística. Esse é o meu objetivo, que o Filo continue como um patrimônio público'', afirmou diretor do Filo, Luiz Bertipaglia.
Ao falar em patrimônio público, o diretor jogou a bola - que pode ser uma batata quente - para o secretário de Cultura, Luciano Bitencourt, que também participou da coletiva.
Com um orçamento previsto em 1,8 milhão, distribuídos em R$ 250 mil por parte do município, R$ 350 mil do Estado, e outros R$ 700 mil da Petrobras e R$ 200 mil da Caixa Econômica, o Filo ainda aguarda que os recursos entrem em caixa.
''Nós somos um dos patrocinadores do Filo, mas é lógico que a nossa participação não se restringe somente a isso. Estamos cada vez mais articulados com o festival'', assegurou Bitencourt, acrescentando que parte da verba da prefeitura somente chegará ao final do evento. O que compete ao governo estadual também está em compasso de espera, uma cobrança que poderia fazer parte dos discursos de abertura do festival.
Saber fazer um festival com a envergadura do Filo também é uma arte, que somente vem com a experiência. ''Através de uma parceria com a Secretaria de Cultura de São Paulo, que tem um projeto no Teatro Sérgio Cardoso, e que apresentará espetáculos que acontecem nos seis maiores festivais brasileiros, a peça ''Kentzal'', dos russos do Derevo viaja para a capital paulista. Isso ajudará a diminuir custos '', concluiu Bertipaglia.
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Confira a programação completa:
- 06 a 14 de junho
- 15 a 23 de junho