A secretária de Estado de Cultura, Vera Mussi, confirmou nesta terça-feira, 27 de janeiro, a indicação do violinista Roney Sterza Marczak para o trio de conselheiros que deve formatar o Festival de Música de Londrina.
O músico foi indicado depois de a secretária avaliar uma lista com outros nomes, incluindo o do pianista Marco Antônio Almeida, e suas respectivas propostas para o evento. ''Marczack apresentou a melhor proposta de renovação para o festival'', concluiu Vera. A 24 edição, prevista para julho deste ano, já deve contar com o novo formato.
A decisão de mudar o tradicional festival aconteceu em encontro há duas semanas, em Londrina, reunindo, além da secretária estadual, o secretário municipal da Cultura, Bernardo Pellegrini; a reitora da UEL, Lygia Puppato; o diretor da Casa de Cultura da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Kennedy Piau, e a presidente da Associação dos Amigos do Festival de Música, Maria do Carmo Duarte.
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Na época, a secretária pediu uma participação mais efetiva do Estado na concepção do evento, priorizando o envolvimento de músicos do Paraná e ampliando as extensões do festival na região. ''A gestão compartilhada foi uma proposta que partiu da prefeitura e da UEL, mas nós concordamos e achamos que é a melhor forma de levar o festival. Afinal mais cabeças pensam mais que uma'', finalizou Vera Mussi.
O novo conselheiro do festival tem um currículo que impressiona. Marczak começou a estudar violino aos seis anos, em Londrina, e em pouco tempo se tornou um prodígio. Entre 1987 e 1990, venceu todos os concursos nacionais e internacionais de música dos quais participou. Aos 15 anos, quando faturou o prêmio principal em Piracicaba, foi convidado por um maestro suíço a se apresentar na Europa. Começava então a ótima relação do londrinense com o velho continente.
Em 1990, aos 17 anos, na mesma época em que venceu um concurso no Rio de Janeiro que o tornou uma celebridade ao se apresentar para o global Roberto Marinho conquistou também uma bolsa de estudos do governo alemão, que há muitos anos não privilegiava um brasileiro. Ao entrar para a Escola Superior de Música de Freiburg, deixou de participar de concursos para se dedicar a concertos como solista.
Dois anos mais tarde, depois de uma apresentação na Alemanha, Marczak foi convidado para um solo de violino na capela privada do Papa João Paulo 2º.
Se ao entrar na Escola Superior de Música de Freiburg, o londrinense há havia ganhado destaque teve as melhores notas da seleção , na formatura novas e merecidas palmas. Marczak obteve nota máxima de todos os professores da banca julgadora. Depois de formar-se, ele se mudou para a Suíça para frequentar o Conservatório da Suíça, onde fez mestrado em violino em Berna, onde também atuou como violinista da Orquestra Sinfônica do Conservatório.
Da primeira bolsa de estudos na Alemanha até o final do mestrado em Pedagogia da Música e Violino para Crianças e Adultos, foram 13 morando na Europa. Até que no início do ano passado, o violinista tomou a decisão que surpreendeu muita gente.
Ao invés de optar por continuar com a badalada carreira de concertista e também de professor de instituições tradicionais européias convites não faltaram , Marczak preferiu voltar para o Brasil, mais especificamente para Londrina, já que outras cidades brasileiras como São Paulo e Belo Horizonte também o sondaram quando souberam do seu retorno.
Mas o sonho falou mais alto e, aos 32 anos, o londrinense conseguiu realizar o que buscava: criar uma escola de música em sua cidade natal. Desde maio do ano passado, ele coordena a Sol Maior, escola para crianças, jovens e adultos e que também atende pessoas comprovadamente carentes. Um dos objetivos de Marczak é lapidar talentos escondidos ou desvalorizados de Londrina. Quem sabe não descobre um novo Roney Marczak.
Junto com Marczak, o maestro e compositor Mário Loureiro também já está confirmado como conselheiro do Festival de Música. Ele foi indicado pela UEL no início de janeiro.