Um dia, alguém afirmou ou escreveu que ele era o ``poeta maior``. A definição colou. Todo mundo passou a utilizá-la ao se referir a Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), cujo centenário está sendo comemorado hoje em todo o país.
Mas assim como ele detestava o rótulo, talvez torcesse o nariz para as homenagens que lhe são dirigidas nesta data. Modesto, dizia que sua obra era irregular, passível de esquecimento após sua morte. Reservado, detestava qualquer tipo de ôba-ôba, não dando a mínima para láureas de ocasião e eventuais indicações para concorrer a uma cadeira de imortal na Academia Brasileira de Letras.
Só que Drummond virou, involuntariamente, uma instituição. Criticá-lo tornou-se quase uma heresia, elogiá-lo, um senso comum. Sua vasta obra, distribuída em dezenas de volumes de poesia e prosa, voltou a circular em novas edições. Na esteira da efeméride, mais uma série de ensaios inflaciona sua fortuna crítica.
Impossível que alguém, com pelo menos o ensino médio em dia, não conheça um de seus versos. Quando publicou seu livro de estréia, ``Alguma Poesia`` (1930), Drummond estava sob o impacto do movimento modernista de 1922. Levantou poeira com ``No Meio do Caminho`` (``No Meio do Caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra do meio do caminho...``) e impulsinou as controvérsias com o ``Poema de 7 Faces`` (``Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem na somba / disse: Vai, Carlos!; ser gauche na vida``).
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