XBox 360, Wii, Playstation 3. Palavrinhas mágicas para os amantes de tecnologia e videogames, que desde o Natal deste ano já sabem qual vai ser o maior sonho de consumo das festas do final de 2007. Tudo porque a sétima geração de consoles acaba de chegar ao País e ainda tem um preço muito elevado para o padrão salarial brasileiro.
A indústria de videogames gera muito dinheiro, movimenta cerca de US$ 30 bilhões por ano em todo o globo, entre consoles, jogos e acessórios. Por enquanto, a Sony, com o Playstation 2, continua na frente nessa guerra, mas a chegada do XBox 360, aparelho da Microsoft já há um ano no mercado, e do Wii, da Nintendo, podem minar um pouco o domínio da Sony, que lançou no mês passado o Playstation 3.
A Microsoft é, por enquanto, a única a apostar de verdade no Brasil, com lançamento de um kit nacional e revista especializada em solo tupiniquim. A empresa de Bill Gates também ganha espaço porque o XBox está na área desde o ano passado. ''Eles saíram um ano na frente e os produtores fizeram contato com as empresas que tinham contrato com a Sony, por isso estão se dando bem'', afirmou o vendedor Claudney Aparecido de Pádua, 30 anos, que comercializa consoles em Curitiba há três anos.
Leia mais:
Apresentação no aniversário de Londrina abre programação do Filo
Londrina é destacada como modelo de ecossistema referência no Brasil
Em Londrina, primeira edição do Fiil debate futuro da inovação
CCXP tem cenário da novela 'Vale Tudo' para o público fingir que é Odete Roitman
O Wii também já deveria ter sua versão nacional, desde o dia 1º de dezembro, mas houve atraso no lançamento. O videogame da Nintendo não será todo produzido no Brasil e sim trazido e distribuído pela panamenha Latamel. ''O Wii deve ser o mais barato com o tempo e tem os jogos mais divertidos e mais baratos, é um videogame família'', comenta Claudney. O vendedor acha que o fato do console apostar em controles revolucionários - os jogadores poderão usar os movimentos corporais para interagir - deve atrair novos consumidores. ''Isso é legal, porque os videogames sempre tiveram aquele negócio de só ficar sentado na frente da tevê'', lembra.
A grande carta na manga da Sony pode ser também um desastre a longo prazo. O PS3 deve vir com o Blu-Ray uma das novas tecnologias de leitores de DVD. ''O sucesso do videogame vai depender da popularização do Blu-Ray. Mas o Playstation sempre teve mais títulos e a capacidade final será mais interessante'', projeta Claudney.
Casual ou hardcore? - Uma das diferenças dos videogames de sétima geração é a direção que cada empresa levou para abocanhar uma fatia de usuários. A Nintendo aposta nos chamados ''jogadores casuais'', que preferem poucos botões e jogos menos complexos, de duração mais curta. Já a Sony é o oposto, dá preferência aos ''jogadores hardcore'', que passam, por exemplo, 200 horas entretidos com a última versão de Final Fantasy. A Microsoft fica no meio, ainda tentando encontrar sua melhor investida.
Apesar do grande apelo familiar do Wii e da estabilização do XBox 360 no mercado, a cobiça dos gamers parece ser mesmo o PS3, que ainda não mostrou todo seu potencial e o lançamento dos títulos mais aguardados estão agendados para o ano que vem. ''Comecei jogando no Atari, há 15 anos, e hoje quero comprar o PS3, porque tem mais capacidade, é mais potente. E também porque tem jogos mais complexos'', diz o estudante Carlos Eduardo Torquato, 19 anos, jogador hardcore assumido.
Capacidade e preço impressionam os consumidores
Se a grande capacidade gráfica e as inúmeras possibilidades dos videogames de última geração impressionam, o mesmo pode-se dizer dos preços. Como o Brasil ainda não tem uma política específica para receber esse tipo de tecnologia - para a atual Lei de Informática, os consoles são ainda brinquedos -, o valor é alto se comparado com outros países.
No Japão, onde os consoles são lançados primeiro, e em outros países, o XBox 360 custa em média US$ 299 e US$ 399, na versão com disco rígido de 20 GB. O Wii, com os acessórios básicos, tem saído por US$ 300 e o Playstation 3, recém-lançado, é o mais caro: US$ 499 para a versão com disco rígido de 20 GB e US$ 599 para o aparelho com 60 GB.
No Mercado Livre (www.mercadolivre.com.br), o XBox 360 com 20 GB importado é encontrado por R$ 1.599. A versão tupinquim, já disponível, sai nas Americanas.com e no Submarino por R$ 2.999. O Wii, também trazido de fora, custa R$ 1.850,00, com console nacional a R$ 2.399, na Fnac. O PS3, que não tem representação no Brasil, é trazido pelas Americanas.com por R$ 6.999,00 e é vendido no Mercado Livre por R$ 4.500. O custo do frete é acrescido a todos os valores acima.
Em Curitiba, a Brincalhão Games tem os consoles para pronta-entrega e vende o XBox 360 de 20 GB por R$ 1.600; o Wii por R$ 1.999 e o PS3 a R$ 4.399. Os jogos originais da nova geração saem em média por R$ 280. Mas é claro, antes de sair por aí torrando a grana é preciso lembrar que os videogames funcionam melhor nos ainda pouco acessíveis televisores com linhas de definição acima de 720 (comum nos aparelhos prontos para tevê digital-HDTV), maior do que as convencionais de 480.