A nova montagem é uma adaptação da ópera homônima apresentada pela primeira vez em Milão, no ano de 1892, e é marcada pela presença de tipos clássicos do teatro italiano como o Alerquim e a Colombina. Sampaio conta que, apesar de a história original ter uma trama bastante simples, na adaptação de Luis Alberto de Abreu, a companhia aprofundou as relações entre as personagens na criação dos tradicionais números circenses e na velha e boa palhaçaria. "Embora seja um drama, queríamos brincar com a ideia de uma companhia de palhaços que deseja montar uma peça dramática. Isso nos deu chance de nos aproximar da ópera e trazer o nosso olhar."
No palco, um grupo deseja abandonar os velhos truques da comédia e apostar num espetáculo mais moderno. Durante os ensaios, surge o universo da Commedia Dell'Arte e a busca por viver um amor. O diretor Chico Pelúcio lembra que conduzir o projeto foi uma forma de homenagear Domingos Montagner. "Até pensamos se deveríamos continuar, mas seguir com a montagem foi uma decisão de todos."
Além da estreia, a companhia festeja as duas décadas com uma mostra de repertório, que inclui Luna Parke, um show de variedades feito em um parque ambulante; A Noite dos Palhaços Mudos, baseado na HQ de Laerte; Radio Variété, que homenageia o palhaço brasileiro e o rádio; À La Carte, que não tem texto falado, mas um show de números circenses; Classificados, um infantil com um leão e um urso de circo; e Reprise, uma batalha entre dois artistas contratados para o mesmo serviço.
Leandro Nunes - Agência Estado