O ministro dos Esportes, Orlando Silva, disse nesta segunda-feira, 30, que a Copa 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, vão significar "um xeque mate" na burocracia do País no que se refere à aprovação e execução de obras. O setor de aeroportos, em especial, poderá viver "um colapso", segundo o ministro, caso as obras de modernização sejam atrasadas. "No ritmo que vai, corremos o risco de não entregar o que precisa ser entregue para a Copa e a Olimpíada", afirmou, após participar do 8º Congresso Brasileiro da Construção (Construbusiness), na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
"A estrutura burocrática brasileira é muito lenta. Como os eventos têm data marcada para começar, serão necessárias medidas que agilizem o processo de seleção pública, de contratação, de execução das obras. Temos que ter licenças ambientais mais rápidas, processos de licitação mais expedidos", afirmou Silva.
Dentre os setores que precisam ser melhorados nos próximos anos, o de aeroportos é o que mais preocupa o ministro. "A Infraero tem um prazo muito curto, que deve ser cumprido sem protelações sob pena de vivermos um colapso em 2014. É um tema que me preocupa". Segundo o ministro, mesmo com os investimentos já previstos, os aeroportos de Cumbica, Congonhas e Viracopos, todos em São Paulo, vão trabalhar no limite em 2014.
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O ministro dos Esportes negou que a discussão sobre o sistema de administração dos aeroportos brasileiros, se privada ou pública, possa atrasar as obras desse segmento. "Sobre esse tema não há decisão (do governo), mas isso não impede que os investimentos sejam feitos. O que precisamos fazer é apertar o passo". Segundo o ministro, de R$ 6 bilhões destinados à modernização dos terminais aeroportuários, R$ 2,5 bilhões já foram liberados.
Quanto a outro gargalo, o de transporte público, Silva revelou que em dezembro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará investimentos em 64 projetos para melhorar a circulação por transporte coletivo nas cidades que sediarão a Copa.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, também participou do evento e criticou a burocracia no setor de construção civil. "É impossível ter um país que gera emprego e renda e está sujeito não a leis, mas a resoluções, circulares, interpretações de segundo, terceiro e quarto escalões. Temos que mudar isso radicalmente. Estamos trabalhando para isso", afirmou. Quando questionado, contudo, o ministro não revelou o que estaria sendo feito pelo governo nessa questão e tergiversou. "Temos 30, 40 anos de uma burocracia que se instalou para dificultar a vida do cidadão brasileiro. É difícil quebrar isso de uma hora para outra."