Arouca chegou ao Palmeiras como uma das principais contratações da temporada. Após uma briga com o Santos na Justiça, o volante foi contratado pelo time alviverde e joga como se já tivesse anos de casa. Em entrevista exclusiva ao jornal Estado de S. Paulo, publicada nesta terça-feira, o jogador que mais vende camisas do clube na atualidade fala sobre o que o torcedor pode esperar da nova equipe palmeirense, desabafa sobre o racismo e busca explicações para a falta de oportunidades na seleção brasileira.
Estadão - Como o Palmeiras chega para a fase final do Paulista?
Arouca - Estamos bastante preparados. Temos um elenco de qualidade e acredito que entraremos fortes. Estamos pegando um entrosamento legal e vamos focar em cada jogo. Temos um elenco com bons jogadores e acredito que possamos conquistar grandes vitórias.
Estadão -Muita gente fala que esse time está sendo preparado para ganhar títulos em 2016. Já dá para ganhar algo neste ano?
Arouca -Claro. Acredito no projeto que foi montado. Temos um elenco de muita qualidade e vejo que podemos conquistar títulos neste ano. É o objetivo.
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Estadão -A sua camisa é a mais vendida. Esperava cair de maneira tão rápida nas graças do palmeirense?
Arouca -Fiquei surpreso quando me falaram isso. Acabei de chegar e o elenco já contava com grandes jogadores. Estou longe de ser ídolo, mas fico honrado com essa marca. Quando saio com a minha família, encontro torcedores e eles sempre me tratam muito bem. Só tenho a agradecer e a melhor forma de retribuir isso é correndo, me esforçando ao máximo e dando orgulho para os palmeirenses que tanto me apoiam.
Estadão -Você já foi vítima algumas vezes do racismo. Acha que um dia isso vai acabar?
Arouca -A gente espera que sim, mas é mais um sonho do que uma certeza. Sonhar não custa nada. Toda semana a gente vê casos disso e quem poderia tomar uma decisão e punir os responsáveis não faz nada. Se ficar reclamando, só vai dar ibope para quem quer aparecer. Não podemos deixar o racismo se tornar algo normal.
Estadão -Não pensa em criar um grupo e tentar um movimento, como o Bom Senso, para tentar mudar essa situação?
Arouca -Não acho necessário. É um absurdo ter de se unir para pedir uma coisa dessa. Está acontecendo na cara de todo mundo e ainda precisamos de mobilização? Se não tomaram uma decisão até agora, não sei se vão tomar algum dia.
Estadão -Não daria para ter saído do Santos sem ser brigando na Justiça?
Arouca -Não e não me arrependo do que fiz. Esgotei todas as alternativas para falar com a atual diretoria e definir minha situação, mas eles não deram satisfação alguma. Não fizeram nenhum esforço para definir minha situação. Como não tiveram carinho comigo, não tive outra alternativa. Só fui atrás dos meus direitos, como qualquer trabalhador.
Estadão -Por que um jogador tão regular como você teve tão poucas oportunidades para atuar na seleção brasileira?
Arouca -Não sei responder. Tive poucas oportunidades de ser convocado, mas continua sendo um sonho defender a seleção. O Brasil tem muitos jogadores de qualidade na minha posição e jogam no exterior, então fica complicado, mas estou na luta. Não desisti da seleção. Vou continuar trabalhando forte. Se eu fizer um bom trabalho no Palmeiras, conseguirei uma nova oportunidade e minha vaguinha vai aparecer.