Joseph Blatter elogiou nesta segunda-feira o protesto liderado pelo meia Kevin-Prince Boateng durante amistoso do Milan, na semana passada. Para o presidente da Fifa, a atitude do jogador, vítima de manifestações racistas da torcida, foi "forte, corajosa e louvável".
"Acho que foi um jeito de dizer: isto já foi longe, e não vai mais continuar", declarou Blatter, nesta segunda-feira, antes da cerimônias de premiação da Bola de Ouro, em Zurique.
O protesto de Boateng chamou a atenção da mídia internacional durante o primeiro tempo do amistoso contra o Pro Patria, da quarta divisão, na semana passada. Na ocasião, torcedores do time rival hostilizaram o jogador de origem ganesa, assim como outros atletas negros do Milan em campo.
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Irritado, Boateng chutou a bola contra a torcida e deixou o campo, no que foi acompanhado pelos companheiros de time. O amistoso acabou sendo cancelado aos 26 minutos da primeira etapa.
Apesar dos elogios, Blatter reiterou que a atitude de Boateng "não pode ser a solução para o problema a longo prazo". "Temos que encontrar uma solução sustentável para atacar a origem deste problema de racismo e discriminação. De outra maneira, estes protestos ficarão isolados e perdidos no calor da polêmica".
No domingo, em entrevista jornal The National, de Abu Dabi, Blatter havia declarado que abandonar o gramado não seria a melhor solução para estas manifestações racistas. "Não acho que essa seja a solução. Não acho que alguém pode sair, porque com o tempo alguém pode abandonar uma partida se está perdendo", afirmou.
Questionado sobre o polêmico episódio, o atacante Cristiano Ronaldo se disse surpreso com as manifestações da torcida. "Acho que isso não pode mais acontecer no futebol. É incrível. Casos como este vão dar mais poder aos racistas, ao duelo entre brancos e negros. Temos que viver todos em paz", declarou o português, finalista ao Bola de Ouro - Lionel Messi conquistou o prêmio pela quarta vez consecutiva.