Representantes do Bom Senso FC vão se reunir na tarde desta quinta-feira em Brasília com o Grupo Técnico Interministerial criado pelo governo federal para tentar encontrar uma saída para a dívida fiscal dos clubes brasileiros e deverão insistir na necessidade de ação rápida do fair play financeiro. Outro ponto considerado fundamental pelos atletas é que o projeto de lei a ser elaborado contenha de forma clara as penalidades a ser aplicadas a quem descumprir o acordo.
O grupo de trabalho interministerial, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República, tem o objetivo de redigir um projeto de lei de responsabilidade fiscal que permita aos clubes repactuarem as suas dívidas, mas estabeleça contrapartidas que visem à modernização de gestão.
Entre as exigências deverão estar o rigoroso cumprimento dos prazos de pagamento dos débitos - novos e os que forem refinanciados - e a adoção do fair play financeiro em relação, por exemplo, ao pagamento de salários e demais obrigações trabalhistas com os jogadores. O descumprimento dos termos que vierem a ser estabelecidos em lei acarretará punições aos clubes que podem ir de simples advertência ao rebaixamento de divisão.
Leia mais:
Brasília quer sediar final da Libertadores 2025, diz presidente da Conmebol
Palmeiras reencontra rival egípcio, e Abel tenta quebrar tabu contra o Porto
Flamengo pega ex-time de Filipe Luís, algoz de 2014 e tunisiano no Mundial de Clubes
Brasileiro tem Botafogo com uma mão e meia na taça e Palmeiras à espera de milagre
O grupo começou a trabalhar na quarta-feira, ouvindo sugestões de parlamentares. Na manhã desta quinta está prevista reunião com dirigentes de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. À tarde, com início previsto para as 15 horas, será a vez do Bom Senso FC.
O movimento estará representado em Brasília por Paulo André, Alex, Paulo Cesar (ex-lateral-direito do Fluminense), Fael e Lincoln. Além deles, irão à reunião o diretor executivo do Bom Senso FC, Ricardo Borges, o também diretor Enrico Ambrogini, o advogado Fernando Batista e o consultor Pedro Daniel.
"Nossas propostas não serão muito diferentes daquilo que temos colocado deste o início das discussões", disse Borges à reportagem. Ele enfatiza que um dos pontos preponderantes é o estabelecimento imediato dos critérios de escalonamento do fair play. "Entendemos que deva entrar em vigor o quanto antes". O Bom Senso FC também vai insistir na necessidade de as punições estarem estabelecidas e definidas em lei.
O grupo interministerial tem 15 dias, prorrogáveis por mais 15, para elaborar a proposta legislativa. Antes de o texto começar a ser redigido, porém, vai ouvir sugestão de vários outros setores envolvidos com o futebol e os esportes em geral, entre eles jornalistas. A CBF e clubes de divisões inferiores do Campeonato Brasileiro serão ouvidos na sexta-feira.