Depois de brilhar diante de Dinamarca e Estados Unidos, a seleção brasileira não resistiu ao México e foi derrotado por 2 a 0, neste domingo (3), em amistoso disputado sob a cobertura do moderno Cowboys Stadium, na cidade americana de Dallas. O resultado encerra a breve lua de mel do técnico Mano Menezes com a torcida e volta a expor a irregularidade do time brasileiro.
Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Londres, o treinador aposta no último dos quatro amistosos desta série, contra a Argentina, para elevar o moral da equipe antes da busca pela inédita medalha de ouro. O duelo contra os argentinos será disputado no próximo sábado, em New Jersey, novamente nos Estados Unidos.
Para o clássico, Mano terá pelo menos uma preocupação. O capitão Thiago Silva deixou o gramado mais cedo contra os mexicanos, por causa de dores na coxa, e pode virar desfalque para o jogo de sábado. O zagueiro vinha tentando acumular uma boa sequência de jogos após se recuperar de uma lesão muscular no mês passado.
O JOGO - Satisfeito com as boas atuações nos últimos amistosos, Mano tentou dar sequência ao time neste domingo ao repetir a escalação do duelo contra os Estados Unidos. Em relação ao primeiro duelo, as únicas mudanças foram Neymar e Rafael, que se integraram à seleção mais tarde a pedido do Santos.
A seleção brasileira, no entanto, não conseguiu repetir o mesmo ritmo das duas últimas partidas. A equipe de Mano dominava as ações e a posse de bola, chegava com maior frequência ao ataque e até finalizava mais, mas não envolvia o time mexicano.
Culpa dos seguidos passes errados no meio-campo e do bom nível do México, superior aos adversários anteriores. Mesmo diante destas dificuldades, a seleção quase marcou aos 9 minutos, quando Leandro Damião entrou na área pela direita e mandou para as redes. O árbitro, no entanto, assinalou impedimento e anulou o gol.
Mais recuado, o México arriscava menos, mas mostrava maior consistência quando chegava ao ataque. Aos 21, Giovani dos Santos tentou chute cruzado da esquerda e contou com a displicência de Rafael para abrir o placar. A bola, por cobertura, ainda acertou a trave antes de entrar.
O gol mudou o panorama da partida, mais favorável aos mexicanos. Empurrados pela torcida, eles equilibraram as ações e passaram a criar seguidas chances de gol. Aos 30, Guardado puxou contra-ataque e cruzou na área com perigo. A bola só não alcançou dois mexicanos livres na área por causa da boa interferência de Thiago Silva.
Um minuto depois, o México fez nova investida perigosa na área. Desta vez, Giovani foi derrubado por Juan e o árbitro marcou o pênalti. Chicharito bateu firme no canto e ampliou a vantagem dos mexicanos. O Brasil ainda respondeu com três boas jogadas, de Leandro Damião, aos 34, Oscar, aos 41, e Juan, aos 46. Mas não conseguiu descontar a vantagem do rival no placar.
Preocupado, Mano Menezes resolveu fazer mudanças no segundo tempo. E tentou deixar o time mais ofensivo. Trocou Leandro Damião por Pato e sacou o volante Sandro para a entrada do atacante Lucas. As alterações deixaram o setor ofensivo do Brasil com um quarteto formado por Lucas, Hulk, Pato e Neymar.
Mas o reforço do ataque não trouxe resultados. Lucas, aos 20, Bruno Uvini, aos 28, e Hulk, aos 31, até ameaçaram o goleiro Corona, sem sucesso. Apagado em campo, Neymar pouco criou no ataque. Só chamou a atenção ao se desentender com Meza após drible frustrado, aos 36.
Os minutos finais foram aproveitados por Mano para fazer novos testes na equipe. Wellington Nem, Casemiro, além de Bruno Uvini, ganharam chance para tentar emplacar uma vaga na Olimpíada.